O “sr. orgulhosamente” 1%...sou eu, o próprio!
Quem diz 1% , pode dizer 5% ou, no máximo, uns 10%.
Pertenço a essa enorme minoria que só vota em partidos que rondam essas
percentagens, no caso das últimas eleições, um pouco mais de 1%.
Pertenço ao restrito número dos cerca de 1% que veem o Canal 2, quando
quase toda agente vê telenovelas, o big brother, ou debates com as mesma
opiniões de sempre.
Também pertenço àquela imensa minoria que houve rádio, ainda por cima apenas
a Antena 1 ou a Radar (às vezes lá me escapo para o M80 ou para a Antena 3).
Pertenço àquela gente rara que compra jornais e lê livros e os leva
para todo o lado.
Acho, aliás, que é mais importante descobrir e ser curioso que “comer”
o que todos comem e que estudar e criar é mais importante que consumir
acriticamente.
Devo ocupar uma percentagem muito pequena, em comparação com a média, a
frequentar redes socias e, nestas, costumo ser selectivo, pouco dado a fake
new, gatinhos e pores do Sol…
Sou ainda dos raros cidadãos que acha que pagar impostos é um acto cívico,
nunca fugindo a pagá-los, só não concordando que eles sejam usados para salvar
bancos ou grandes empresários.
Tirei a carta depois dos 40 e só o fiz porque (o cavaquismo) me destruíram
o meio de transporte preferido, o caminho-de-ferro, deixando-me sem
alternativa.
Assim que voltarem a reconstruir o transporte ferroviário e melhorarem
os transportes públicos, conto deixar o carro, a maior parte do tempo e já
agora, gostava que, cada vez mais, o transporte ferroviário pudesse ser
alternativa à aviação, pelo menos nos pequenos percursos, e, nisso (como noutra
coisas) estamos muito atrasado em relação ao resto da Europa.
Também não escolho o carro pelo tamanho ou pelo prestigio da marca. Desde
que ande, com segurança, qualquer calhambeque em segunda mão me serve.
Gosto muito de cinema, mas pertenço àquele pequeno número de cinéfilos
que escolhe os filmes pela qualidade do tema, do argumento ou do realizador,
dando pouca importância às modas do momento, ao nome dos famosos que participam
nos filmes, aos milhões do casting e ao número de explosões por metro de fita.
Gosto de passar férias longe dos lugares da moda e visitar o que
ninguém visita.
Aliás, sou dos poucos que frequenta museus e exposições, principalmente
aquelas que fogem à massificação.
Na musica, não nego a nostalgia, mas procuro o que é inovador e
minoritários, longe dos top’s, nem sou daqueles de acham que os anos 60 e 80 é
que eram bons. Nesses anos, como agora, havia coisas boas, que ainda são audíveis,
mas, à custa da nostalgia, também se anda a recuperar muita “trampa”.
Sou dos poucos que continua a comprar e a ler Banda Desenhada, sem o
fanatismo dos coca-bichinhos que acham que tudo é bom nessa área e só comem “Marvel”
e “Manga”.
Enfim…pertenço a essa imensa minoria que acha que, se não fossem as
minorias, ainda vivíamos na Idade de Pedra, pois são estas que podem descobrir,
fomentar e sonhar com a novidade que pode transformar o mundo.
Orgulho-me de pertencer a essa minoria, na política, na cultura, no
pensamento económico e social, que não está “orgulhosamente só”, mas é uma
imensa minoria…
....e já agora, sobre o cartoon da Mafalda que ilustra esta post, é apenas metafórico...eu gosto dos Beatles!
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