Costuma dizer-se que é nas curvas apertadas que se revelam os bons
condutores.
Essa frase pode ser aplicada à qualidade dos políticos.
O novo rei de Espanha, Filipe VI, na primeira crise grave do seu
reinado, a crise catalã, revelou-se um condutor irresponsável e perigoso.
Não só demorou demasiado tempo a
tomar posição, deixando passar em claro a brutalidade policial desencadeada
contra os catalães, que defendiam o legitimo direito de votarem e escolher o
seu destino, como resolveu tomar partido e lanchar achas na fogueira.
No seu discurso, as acusações pelos graves acontecimento foram todos
para um único lado, esquecendo-se das responsabilidades originais de Rajoy e do
PP, reforçando o argumento deste último e diabolizando os catalães.
Um rei que diz defender um Estado indivisível devia tratar os súbditos todos
por igual e funcionar como elemento apaziguador e conciliador.
No mínimo esperava-se que apelasse ao diálogo entre as duas partes.
Mas aquilo que fez foi legitimar a arrogância e a brutalidade de um dos
lados e aprovar implicitamente medidas excepcionais para a Catalunha, cujo
desfecho vai ser trágico para a Espanha, para a Catalunha e para a Europa.
Com essa atitude, pode manter o território da Catalunha, mas já perdeu os catalães.
Com o seu discurso e a suas atitudes Filipe IV desbarata o trabalho do
seu pai, legitimando uma monarquia imposta pelo franquismo.
É caso para dizer que Filipe VI parece querer passar para a história do
século XXI como Luis XVI para o século XVIII ou Nicolau II para o século XX...um
falhado!
Os espanhóis mereciam um rei mais “marcelo” e menos “cavaco”.
2 comentários:
Consiliador...?
Obrigado pela correcção.
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