Já que os canais de TV prometem para hoje uma noite de "seca"
informativa, destacando apenas Lisboa e Porto, estando mais interessadas
em promover os seus "realty shows", (talvez apenas a RTP 1 valha a
pena) , o melhor para seguir as eleições parece-me ser este site do
Público, que promete acompanhar a noite eleitoral desde a freguesia ao
país:
Os dias que rolam, numa visão plural, pessoal e parcial de um mundo em rápida mutação. À esquerda, provocador e politicamente incorrecto, mas aberto à diversidade...as Pedras Rolam...
Pesquisar neste blogue
domingo, 29 de setembro de 2013
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
76 sondagens autárquicas no site do Grupo Marktest :
Neste site da Marktest pode seguir várias informações estatísticas sobre as eleições autárquicas, e não só.
Também é possível acompanhar as sondagens feitas nalguns dos concelhos mais emblemáticos:
76 sondagens autárquicas no site do Grupo Marktest : Notícia - Grupo Marktest (clicar para aceder)
Também é possível acompanhar as sondagens feitas nalguns dos concelhos mais emblemáticos:
76 sondagens autárquicas no site do Grupo Marktest : Notícia - Grupo Marktest (clicar para aceder)
Etiquetas:
autarquias,
eleições
Respigo da Semana: "A História não esquece e não perdoa"
A História não esquece e não perdoa
Por Alberto Pinto Nogueira
Procurador-Geral-Adjunto
In Público on-line de
27/09/2013
“Filipe II de Espanha foi I de Portugal. Mau vizinho, assaltou o
extremo da Ibéria. Para acabar com dúvidas, decretou que o reino de cá lhe
pertencia, que o herdara e conquistara. Comprara! Era o ano de 1580.
“Teve o colaboracionismo dos traidores domésticos. O costume. Miguel de
Vasconcelos foi expoente. Povo oprimido, escravizado. Impostos e mais impostos.
“Em 1640, o Povo revoltou-se, farto de rei e exploração estrangeiros.
Sitiado de impostos. Miguel de Vasconcelos defenestrado. O jugo durou 60 anos.
A Casa de Bragança legitimou o novo poder político. Regressou a gerência
doméstica.
“Mais duzentos anos de História se passaram.
“Portugal titubeava entre a “velha aliada” (?!), a Inglaterra, e o
império francês. Em 1801, Carlos IV de Espanha e a França tramam em Madrid a
sua invasão. Napoleão, insaciável de império, cozinhava a conquista de
Portugal. Em Outubro de 1807, a corte portuguesa, com centenas de embarcações e
navios de guerra, fez-se ao Atlântico. Assentou praça no Brasil.
“Junot, general gaulês, desceu de França no dia seguinte, assaltou o
reino até Lisboa. A bota cardada da França dominou uns quatro anos.
Assassinatos, massacres, saques, roubos, pilhagens, violações. Um festim.
Impostos. A mando do Imperador, Junot assina um decreto: 100 milhões de francos
a cobrar. No regresso, o poder imperial leva tudo, santos das igrejas, seus
olhos de pedras preciosas. Um sacrilégio.
“A Inglaterra, “velha aliada”, como tal, mandou Wellington afrontar os
galos. Foi conde, marquês e duque. Tem direito a uma estátua, na entrada do
Hospital de Santo António, no Porto. Sucedeu-lhe um facínora, o
marechal-general William Beresford. Estiveram cá dez anos. Mais execuções
sumárias, massacres, roubos, pilhagens. Impostos. Como aliados (?), não
largavam o poder de Lisboa e arredores. A Ilha tomou o lugar da Gália na
opressão. D. João VI, I do Brasil, regressa. Instaura-se um regime de monarquia
constitucional.
“Duzentos anos depois, a História repete-se. É fado.
“O país é colónia da Europa que impõe leis, regras, procedimentos,
previsões orçamentais. O Ministério das Finanças é de Berlim. O orgulho de ser
português definha. Emigra-se a conselho do Governo. O Povo é tratado sem honra
e dignidade. Como caloteiro relapso.
“O Terreiro do Paço faz de oficial de diligências. Assina de cruz a
sentença condenatória do tribunal criminal de Berlim. Uma fatalidade a que é
alheio. O anterior e os anteriores do anterior também. A responsabilidade
criminal é do Povo. Cumpre a pena de austeridade. O “Orçamento do Estado é um
código penal de penas parcelares. Renega a irretroactividade da lei penal,
consagra o cúmulo material das penas. Há sempre mais um corte no salário,
pensão, emprego (pena), a adicionar a outro corte (mais pena). O plenário da
troika decide, o Governo executa. Se fala ou espirra, sai imposto, corte,
desemprego.
“Cumpre ordens do invasor. Faz de Miguel de Vasconcelos.
“Não fica sempre o traidor. A História não esquece. E não perdoa!
“Felizmente há luar”.”
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
O que está em jogo nestas eleições autárquicas:
(mapa eleitoral das últimas autárquicas de 2009)
As eleições autárquicas têm sempre duas leituras possíveis: uma leitura
local e outra nacional.
Em relação à leitura local, estas eleições apresentam três novidades:
- uma nova composição a nível da organização das freguesias, que pode
baralhar muita coisa, não só em relação à realidade da composição política
dessas “novas” freguesias, mas também no novo equilíbrio que se vai gerar a
nível das assembleias municipais, onde o peso dos representantes dessas
freguesias é quase tão significativo com o dos eleitos directamente para esse
órgão autárquico;
- o renovação forçada, por força da lei, dos cabeça de lista à
presidência da câmara, o que poderá trazer também mudanças significativas, já
que muitas vezes, neste tipo de eleições, nomeadamente em meios mais pequenos, há
muita influência do carisma pessoal dos candidatos, que se sobrepõe à
importância local dos partidos políticos;
- o aparecimento, pela primeira vez em larga escala, de candidaturas
independentes, muitas delas, cerca de 50%,
tendo por base dissidências dos dois grandes partidos.
Nalguns casos temos também o aparecimento, pela primeira vez, de listas
de partidos mais pequenos .
Tudo isso e um certo desinteresses generalizado por parte dos
eleitores, detectado por quem tem andado no terreno, e que se pode contabilizar
no aumento da abstenção, tornam o resultado destas eleições imprevisíveis, principalmente nos
meios mais pequenos, onde uma duzia de votos pode fazer a diferença .
Em relação à leitura nacional, para além do previsível alto nível de
abstenção, vai haver um forte voto de protesto que vai penalizar os partidos do
governo, tendência que será mais notória nos grandes centros urbanos, nas
capitais de distrito e nos concelhos mais povoados do litoral. E é nestes, no
seu conjunto, que a leitura pode ser
feita a nível nacional.
No geral há ainda outras diferenças que podem ter uma leitura nacional
que é saber quem é o partido com mais votos,
o que elege mais câmaras e aqueles que, fora do “arco do poder” vão
aumentar a sua representação.
Tendo em conta tudo isto, é expectável que o PS ganhe mais câmaras e
mais votos, que o PSD tenha uma derrota histórica, principalmente nos
municípios maiores e que a CDU obtenha um resultado melhor que o das últimas
eleições, mantendo a maior parte das câmara e recuperando câmaras importantes
perdidas anteriormente.
Contudo, para o PS, embora vencendo previsivelmente no global, pode ter
algumas surpresas desagradáveis, nomeadamente perdendo câmara históricas com
Matosinhos, Braga e Portimão, não se sabe ainda exactamente para quem, e
podendo perder Loures, Évora e Beja para a CDU.
Por sua vez, uma grande derrota para o PSD seria perder muitas câmaras
que são capitais de distrito, como o Porto, por exemplo, e câmaras simbólicas,
como Gaia, Covilhã, Alcobaça, Mafra, Caldas, Oeiras e Sintra.
Vai ser ainda curioso ver se a lista independente de esquerda em
Coimbra consegue sair vencedora. A mesma curiosidade reside também em ver que
influência é que as listas independentes vão ganhar com estas eleições.
Há ainda curiosidade em seguir os resultados de partidos com pouca
representação autárquica como o Bloco de Esquerda , que defende a sua única
Câmara em Salvaterra de Magos e o CDS, defendendo a sua simbólica Câmara de
Ponte de Lima.
Analisando agora distrito a distrito, em Aveiro o PS está em boas
condições para retirar ao PSD as Câmaras de Aveiro, Espinho, STª Maria da Feira
e Oliveira do Bairro.
Em Beja é a CDU que pode tirar câmaras ao PS, como Beja, Odemira, Cuba,
Mértola, Ferreira do Alentejo e Aljustrel. Mas aqui o PS pode conquistar
câmaras à CDU, como Alvito, Vidigueira, Serpa e Barrancos, e Almodôvar ao PSD.
Em Braga, o PS pode perder o seu bastião na capital de distrito, mas
também Barcelos, eventualmente para o PSD ou para listas independentes. Por sua
vez , o PS está em condições de tirar as Câmaras de Vila Verde, Famalicão e
Celorico de Basto ao PSD. Há ainda a incógnita sobre Amares, governada por uma
lista de independentes e que pode perder para o PS.
No distrito de Bragança o PS pode conquistar a sede de distrito, mas
também Vimioso, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro e Carrazeda de Ansiães, ao PSD.
Em Castelo Branco o PS está em condições de retirar ao PSD as Câmaras
da Covilhã, Oleiros e Sertã.
Em Coimbra há uma grande incógnita sobre a sede de distrito que vai ser
perdida pelo PSD, mas não se sabe se para o PS ou para um lista independente de
esquerda. Neste distrito o PS pode vencer em Câmaras controladas pelo PSD, como
Miranda do Corvo, Penela, Vila Nova de Poiares e Pampilhosa da Serra.
No distrito de Évora, a capital pode ser recuperada pela CDU, que pode
tirar igualmente ao PS as Câmaras de Vila Viçosa e Viana do Alentejo. Há ainda uma grande incógnita sobre as
Câmaras de Estremoz, Redondo e Alandroal, governadas por listas independentes,
podendo a primeira ser conquistas pelo PS e as outras duas pela CDU.
Em Faro o PS vai perder provavelmente Portimão, mas está em condições
de retirar ao PSD as Câmaras de Monchique, Silves, Lagoa, Faro, Alcoutim e
Castro Marim.
Na Guarda o PS corre o risco de perder na capital de distrito, mas, em
compensação pode retirar ao PSD as câmaras de Vila Nova de Foz Côa, Figueira de
Castelo Rodrigo, Almeida, Pinhel, Trancoso, Aguiar da Beira, Fornos de Algodres
e Gouveia.
Em Leiria o PS pode ganhar ao PSD as câmaras da Nazaré, Alcobaça, Caldas
da Rainha e Bombarral, mas poderá perder a Marinha Grande para a CDU.
Em Lisboa o PS pode tirar à direita Mafra, Arruda dos Vinhos, Sintra,
Cascais e Oeiras, mas pode perder Loures para a CDU.
Em Portalegre o PS vai provavelmente retirar ao PSD a capital do distrito, bem como Castelo de Vide, Arronches, e Fronteira e vai disputar com a CDU Nisa e Monforte, podendo ganhar a primeira, mas perder a segunda.
Em Portalegre o PS vai provavelmente retirar ao PSD a capital do distrito, bem como Castelo de Vide, Arronches, e Fronteira e vai disputar com a CDU Nisa e Monforte, podendo ganhar a primeira, mas perder a segunda.
No distrito do Porto, a capital vai ser disputada entre uma lista
independente e o PS, que a podem conquista ao PSD. O PS pode perder Matosinhos,
mas retirar ao PSD Câmaras como Póvoa do varzim, Gaia, Valongo, Paços de
Ferreira e Felgueiras, podendo ainda conquistar Gondomar, governada por uma
lista independente de direita.
Em Santarém o PS pode vencer o PSD na capital do distrito, em Rio
Maior, em Ferreira do Zêzere, em Mação e no Entroncamento. Pode ainda retirar Chamusca
e Constância à CDU e Salvaterra de Magos ao Bloco de Esquerda.
No distrito de Setúbal a CDU pode recuperar Sines a uma câmara
independente, mas corre o risco de perder Câmaras com Almada, Seixal e Moita
para o PS.
Em Viana do Castelo o PS pode tirar ao PSD as Câmaras de Valença e
Caminha.
No distrito de Vila Real o PS pode ganhar câmaras governadas pelo PSD,
como a própria capital de distrito, mas também Ribeira de Pena e Vila Pouca de
Aguiar, talvez ainda Chaves.
Em Viseu o PS pode ganhar ao PSD na capital, em Vouzela, em Santa Comba
Dão, em Carregal do Sal, em Penalva do castelo, em Sátão, em Sernancelhe e em Penedono.
Nos Açores, o PS pode ganhar ao PSDas Câmaras de Ponta Delgada,
Nordeste, São Jorge, e S. Roque do Pico.
Na Madeira, embora seja mais complicado, pode acontecer uma surpresa em
Porto Moniz, São Vicente, Santa Cruz ou, mais provavelmente, em Machico, onde o
PS pode retirar o pleno do PSD nessa ilha.
Nas restantes Câmaras não mencionadas, nada deve mudar, embora possam
acontecer surpresas.
Para a semana aqui voltaremos
para aferir esta leitura.
Etiquetas:
autarquias,
eleições
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
"Demetri and Bruno" - Crónica de uma Europa devorado por lobos
Senti alguma curiosidade em procurar o documentário referido por Clara
Ferreira Alves, na sua crónica do Expresso.
Trata-se de “Demetri e Bruno”, um pequeno documentário de cerca de 25
minutos, da autoria do jornalista croata Tomislav Zaja, exibido pela Al-Jazeera, e que acompanha o realizador grego Demetri
Sofianopoulos na realização de um filme que tem como personagem principal um
cão grego.
Bruno, é o nome do cão, que, depois de ter tido uma boa vida, vê-se
abandonado e a deambular pelas ruas de Atenas.
“Bruno vai aos restaurantes onde costumava ir com os donos, quase todos
fechados, à procura do passado”. Demitri, pelos olhos de Bruno, filma a
violência, o “vazio, o silêncio, as pedras desertas, as casas por acabar, os
lugares encerrados. O silêncio no olhar de Bruno arrepia”, acrescenta Ferreira
Alves.
E é através da visão de Bruno que vemos
aquilo que Clara Ferreira Alves viu quando visitou aquele país em 2011:
“a condenação de um país à morte e a condenação das pessoas à morte social,
cívica, intelectual, moral”.
Na semana em que a srª Merkel ganhou esmagadoramente umas eleições na
Alemanha, prometendo continuar a defender e a impor a mesma receita para os
países do sul, na mesma semana em que economistas, conselheiros europeus, altos
dirigentes do BCE, as várias troikas que saqueiam a Grécia e Portugal,
funcionários da OCDE e políticos locais subservientes ao poder financeiro, voltam
a mostrar as suas garras, recolhidas durante o período da campanha eleitoral
alemã, para ameaçarem os países do sul com mais austeridade, com novos resgates
e com novos saques aos seus cidadãos e trabalhadores, este documentário é bem
uma metáfora da Europa que se está a (des)construir…
Vale a pena ver o documentário de Zaja, enquanto ficamos a aguardar o
filme de Demitri. A Grécia é "só" o espelho do futuro que este governo de irresponsáveis nos pretende impingir :
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
O Dia dos Poetas Mortos...40 anos depois de Neruda, morre António Ramos Rosa:
A Notícia é recente.
Morreu um dos Maiores Poetas portugueses, António Ramos Rosa.
Aqui fica a nossa homenagem:
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa, in "Viagem Através de uma Nebulosa"
Etiquetas:
António Ramos Rosa,
Poesia
40 anos depois da sua morte: -Recordar Neruda...
A Infinita
Vês estas mãos? Mediram
a terra, separaram
os minerais e os cereais,
fizeram a paz e a guerra,
derrubaram as distâncias
de todos os mares e rios
e, no entanto,
quando te percorrem
a ti, pequena,
grão de trigo, calhandra,
não conseguem abarcar-te,
fatigam-se ao agarrar
as pombas gémeas
que repousam ou voam no teu peito,
percorrem as distâncias das tuas pernas,
enrolam-se na luz da tua cintura.
Para mim tu és tesouro mais rico
de imensidade do que o mar e seus cachos
e és branca e azul e extensa como
a terra nas vindimas.
Nesse território,
desde os pés à fronte,
andando, andando, andando,
passarei a vida.
Pablo Neruda, in "Os Versos do Capitão"
a terra, separaram
os minerais e os cereais,
fizeram a paz e a guerra,
derrubaram as distâncias
de todos os mares e rios
e, no entanto,
quando te percorrem
a ti, pequena,
grão de trigo, calhandra,
não conseguem abarcar-te,
fatigam-se ao agarrar
as pombas gémeas
que repousam ou voam no teu peito,
percorrem as distâncias das tuas pernas,
enrolam-se na luz da tua cintura.
Para mim tu és tesouro mais rico
de imensidade do que o mar e seus cachos
e és branca e azul e extensa como
a terra nas vindimas.
Nesse território,
desde os pés à fronte,
andando, andando, andando,
passarei a vida.
Pablo Neruda, in "Os Versos do Capitão"
Etiquetas:
Pablo Neruda,
poema
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
…eu, se fosse alemão, também votava na srª Merkel…
Tudo indica que Merkel vai voltar a vencer as eleições legislativas na Alemanha.
A dúvida é se mentem a actual maioria, pois espera-se o descalabro
eleitoral dos seus aliados “liberais”, e com quem se vai poder aliar depois das
eleições.
Seja com for, percebe-se porque é que os alemães continuam a confiar na
srª Merkel.
Ela aplica no seu país o contrário daquilo que defende para os países
na Europa: aperfeiçoamento do Estado Social; aumento de regalias sociais;
aumentos salariais; forte investimento público, tendo como resultado uma das
mais baixas taxas de desemprego na Europa e um crescimento superior aos
restantes países Europeus.
Ainda por cima, contribuiu, com a imposição de medidas de austeridade
aos países do sul, para que as finanças alemãs tenham lucrado mais de 100 mil
milhões de euros com os resgates, mantendo o marco…desculpem.., o euro, com um valor superior ao dólar.
Por último ela manda e desmanda na Europa, vergando a França e a
Grã-Bretanha, mantendo os seus “caniches” de estimação à frente da Comissão
Europeia , do BCE e dos governos Grego, Português
e Espanhol, não havendo ninguém que se atreva a fazer-lhe frente, até porque,
fazendo-o, arriscavam-se a perder os empregos.
Claro que a prazo tudo isso se pode virar contra a Alemanha,
principalmente quando a Rússia voltar a contar no plano político e económico,
como já começa a acontecer, e quando a
situação financeira chinesa implodir.
Também vai voltar a ser difícil reconquistar a confiança dos europeus na
construção europeia, já que a Alemanha criou anticorpos um pouco por toda a
Europa, fazendo renascer das cinzas velhos fantasmas.
Ninguém se esquece que a Alemanha destruiu por duas vezes a Europa, no
século passado, nem que a Alemanha beneficiou de perdões de dívida, ajudas
internacionais e perdões no incumprimento dos défices por duas ocasiões, após a
reconstrução do pós-guerra e durante o processo de unificação.
Tudo isso é o contrário da receita que procura impor aos países em
dificuldades, esquecendo-se da diferença entre o “Tratado de Versalhes”, que
defende para os outros, e o “Plano Mashal” a que recorre sempre que está em
dificuldades.
Mas esses problemas ainda estão distantes e por agora a arrogância da
srª Merkel encaixa bem no espírito do cidadão médio alemão…para nosso mal!
...já agora leiam este esclarecedor artigo:
Revista Números Rojos » Alemania, la mentira de los minijobs (clique para ler)
Etiquetas:
Alemanha,
Angela Merkel,
Anti-Merkel,
Cartoon,
Contra-situacionismo,
Crise Financeira,
eleições
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
E Nós a pagar...:Fundos do BES investem milhões em empresas ligadas à família Espírito Santo
Grande parte dos sacrifícios dos contribuintes portugueses e da cada vez maior carga fiscal que todos aqueles, os que nunca fugimos ao fisco, pagamos por cá, é canalizado para garantir os negócios privados de banqueiros e grandes acionistas, por via de empréstimos estatais em condições vantajosas e dos altíssimos juros da dívida.
A banca, causadora principal, pela forma irresponsável como usou e abusou dos cidadãos, da grave crise que estamos a pagar com aumento de impostos, cortes nos salários e pensões, empobrecimento generalizado, desemprego crescente e perda de direitos sociais, continua impavida e serenamente a pagar chorudos ordenados aos seus administradores, a premiar ociosos accionistas e a fugir com os lucros para paraisos fiscais.
Além disso é dos poucos sectores que beneficia de condições especiais nas obrigações fiscais,sendo o principal sorvedouro dos empréstimos da troika, que estamos a pagar com o nosso sangue, suor e lágrimas.
Não contente com tudo isso, ao mesmo tempo que dificulta o acesso de particulares e empresas ao crédito, alguma banca continua a esbanjar todos esses meios financeiros em negócios que só beneficiam determinadas famílias, como se pode ver na notícia em baixo.
Parte da banca continua a comportar-se como uma verdadeira máfia engravatada e bem apessoada...
Etiquetas:
Anti-Passos Coelho,
Banca,
Contra-situacionismo,
corrupção ética,
Crise Financeira
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
...Uma Mulher Muito Ocupada: Ministra aprovou financiamento da EP mas não conhecia detalhes do swap.
(Fonte: Wehavekaosinthegarden)
Aqui há uns anos, um ministro do Barroso, "por acaso" hoje à frente de uma das maiores empresas privatizadas deste país, gabava-se de ser administrador de 12 empresas...
Esta gente, que anda a pular de empresa para empresa e chega a ministro não deve ter muito tempo para ler o que assina e todos os papéis que lhe passam pela frente.
Acredito pois no espanto da srª ministra quando olha para os papéis que assinou sem ler enquanto andou a administrar empresas públicas.
Não se pode admitir é que essa gente, que andou irresponsavelmente a assinar papéis sem os ler, acto que nos prejudicou a todos, ainda por cima em empresas públicas, a ganhar chorudos ordenados pagos por todos nós, continuem no activo, seja ele empresarial, seja ele político.
Já se percebeu que a srª ministra, enquanto administradora de empresas públicas foi incompetente e irresponsável.
Agora, enquanto ministra, ou é ingénua ou é mentirosa e não tem mais condições para continuar a ocupar as funções que ocupa, muito menos para impor mais medidas de austeridade aos portugueses, impostas exactamente por causa da irresponsabilidade de pessoas como ela.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
...Também eu me esqueci de declarar...DOIS CÊNTIMOS!!!
A MINHA AVENTURA COM AS FINANÇAS
Eu sou daqueles que nunca fugiu
ou pensou fugir aos impostos.
Por vezes danava-me com aquilo
que me descontavam todos os meses e com as trapalhadas burocráticas para
preencher a declaração anual.
Mas sempre defendi que os
impostos eram para ser pagos e até que devíamos pagar os mesmos impostos do
nórdicos, pois só assim podíamos alcançar um verdadeiro bem estar social.
Infelizmente já não penso tanto
assim nos últimos anos, pois as finanças tornaram-se uma espécie de PIDE dos
novos tempos, forte com os fracos e fraca com os fortes, perseguindo cada
“tostão” em falta, mas deixando escapar milhões para paraísos fiscais.
Por outro lado, apesar de sermos
neste momento um país com uma das maiores cargas fiscais da Europa, o cidadãos
normal não vislumbra qualquer benefício. Ele é cortes da saúde, na educação e
na segurança social.
Ele é a venda ao desbarato de
sectores fundamentais para a economia de um país e sentir que todo o
dinheiro que nos sacam dos impostos vai
para os especuladores financeiros ou para continuar a ajudar grande sectores
privados e o nível de vida dos
parasitários boys que proliferam e se multiplicam nos vários sectores da
administração central e das grandes empresas do Estado…
Pois o que se passou comigo este
ano é sintomático de umas Finanças com dois pesos e duas medidas.
Para além de outras histórias que
já se passaram comigo ou com amigos próximos, esta que vos vou contar raia a
paranóia.
Como tinha algumas centenas de
euros a declarar de uns trabalhos a recibo verde, este ano tive de preencher o
IRS pela internet. Para além da obrigação para quem tinha recibo verde, também
se propagandeava que quem o fizesse na net recebia o reembolso mais
rapidamente.
Dentro do prazo, e com a ajuda do
meu colega Hugo que é de informática, lá preenchi tudo como manda a lei.
Aí um mês depois recebia uma
notificação das finanças, naquela linguagem intimidativa e burocrática que nos
faz sentir uns perigosos fora-da-lei, dizendo que os valores que tinha
declarado como descontos para o IRS, em relação aos valores recebidos por
recibo verde, não correspondiam aos declarados.
Lá fui ver o que se passava. Ao
principio pensei que a empresa que me tinha pago não havia declarado os
descontos. Depois recebi a informação que esses descontos tinham sido feitos.
Lá andei às voltas com as cópias e os rascunhos da
dita declaração e tudo o que detectei foi…uma diferença de…dois cêntimo (DOIS
CÊNTIMOS!...SIM ESTÃO A LER BEM…2 Cêntimos…) entre o que declarei e o que de
facto paguei.
Lá vou eu a caminho das finanças,
perco um dia e meio porque estava tudo numa grande confusão (foi a altura do
Imposto Automóvel) e, finalmente consigo ser atendido …diga-se, em abono da
verdade, que os funcionários dessa instituição sempre me trataram bem e me
ajudaram em qualquer esclarecimento…
Pois bem, fui atendido, lá andou
o funcionário às voltas com a minha declaração e não descobria nada… a não ser
a tal diferença de …DOIS CÊNTIMOS…!!!!
Disse-me que não havia razão para
me preocupar, mas que devia rectificar esse “erro” na minha página das finanças
na internet.
Fi-lo uns dias depois e quando
abri a tal página já dizia que a minha situação estava normalizada…resolvi não
mexer em mais nada e aguardar o reembolso..
Passou-se o mês de Julho, o mês
de Agosto e…quase o mês de Setembro..
Como não recebia nada, hoje
resolvi voltar às finanças…voltei a ser muito bem atendido e lá andaram à volta
com a minha declaração e voltaram a referir que lá continuava a diferença de
DOIS CÊNTIMOS e que, por isso, o reembolso ainda não tinha sido deferido.
Ao que parece, desta vez o
assunto está resolvido, vou receber um e-mail das finanças e vou ter de
aguardar mais algumas semanas (ou meses?) pelo reembolso. Só não percebi se, no
fim de tudo, ainda vou pagar alguma multa..
Só lamento que o zelo pelos DOIS
CÊNTIMOS mal declarados não seja igual ao zelo pelos milhões que saem do país
para paraísos fiscais (só, em 2010 e 2011 foram mais de 70 mil milhões, o mesmo
do empréstimo que colocou o país neste estado e, no último ano, 30 mil milhões,
envolvendo 19 das 20 empresas do PSI 20!!!!).
Enfim, é o país que temos… Tanta
preocupação como “Tostões” e tanta descontracção com fugas de Milhões!!!.
Etiquetas:
Cartoon,
Contra-situacionismo,
Finanças,
Memória pessoal
Subscrever:
Mensagens (Atom)