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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sócrates admite mais austeridade para atingir défice de 4,6% este ano.

Sócrates admite mais austeridade para atingir défice de 4,6% este ano - Economia - PUBLICO.PT (clicar para ler a notícia).

Quando no mesmo dia o Ministro das Finanças refere a possibilidade de impor mais medidas de austeridade, perante uma plateia de banqueiros, e o Primeiro-Ministro vem dizer que, se for necessário, recorrerá a novas medidas de austeridade, embora desmentindo a sua necessidade (todos nós conhecemos a credibilidade das palavras e das garantias do “Primeiro”!...),isto em vésperas de ir a Berlim receber ordens da Srª Merkel, é porque se avizinha aí um novo pacote de austeridade.

Com os juros descontrolados, com a falta de solidariedade Europeia, com a subida vertiginosa do preço do petróleo e de outros bens de consumo, com a previsível derrapagem orçamental , já prevista pelo governador do Banco de Portugal, e com a recessão à porta, não é de admirar que a situação económico-financeira se venha a agravar nas próximas semanas ou meses.

O problema é saber quais as medidas que ainda é possível tomar sem agravar as condições de vida e de trabalho dos portugueses.

Claro que existem medidas possíveis, mas estão fora do âmbito da ideologia neo-liberal dominante neste governo.

A saber:

• aumento dos impostos sobre as actividades especulativas, financeiras ou não;

• impostos sobre os lucros dos bancos iguais aos que são exigidos à maior parte das empresas deste país;

• criação de um teto salarial na administração pública, que não deve ultrapassar o ordenado do Presidente da República, terminando com todo o tipo de privilégios dos cargos políticos e da administração pública(os verdadeiros privilégios) , tais como o direito a assessores, secretárias, telemóveis, ajudas de custo de vária ordem, automóveis e chaufer particular …;

• impedir a duplicação de reformas e criar um teto para estas até ao máximo de 5 mil euros,;

• revisão de todas as parcerias público-privadas, redução drástica de institutos, comissões de “estudo” , fundações, empresas municipais;

• fim de todos os contratos de assessoria, medida cujo impacto pode ser colmatado recorrendo aos próprios serviços públicos e dos ministérios, que deviam existir para isto;

• revisão dos grandes projectos de obras públicas;

• aposta nos transportes públicos, aumentando a penalização pelo uso de viaturas privadas;

• proceder a uma ampla reforma da justiça, tornando-a mais célere e…justa;

• proceder a uma ampla reforma da administração local e regional, extinguindo os Governos Civis e fundindo toda uma série de organismos regionais, revendo o mapa de freguesias e municípios e criando 6 grandes regiões (1- Porto e Douro Litoral, 2- Minho e Trás-os-Montes, 3 - Grande Beira, 4 – Lisboa, Oeste e vale do Tejo, 5 - Alentejo, 6 - Algarve) que absorveriam partes das funções e dos poderes desses organismos ;

• Reduzir ao mínimo possível todos os lugares de nomeação política.

Como se vê ainda existe muita margem de manobra para aumentar a austeridade sem penalizar os cidadãos.

Contudo, para os boys do centrão a maior parte dessas medidas é impensável.

Vai uma aposta que as previsíveis medidas de austeridade vão recair, mais uma vez, sobre os mesmos de sempre, as classes médias e todos os que produzem e trabalham?

Vai uma aposta que teremos, em breve, entre as medidas de austeridade a anunciar, o aumento da idade da reforma, o aumento de impostos sobre o trabalho e as empresas, o alargamento dos cortes salariais a todos os funcionários públicos e aos privados e a redução de apoios sociais e de apoios à cultura e à educação?

Vai uma aposta?....

E já agora, outra aposta…Até quando vamos aguentar isto?

1 comentário:

Unknown disse...

Quando o Sócrates diz que algo NÃO vai acontecer, é de começar logo a tremer....... vai vir aí e em força, logo, logo!!!!