Não sei se já vi filmes demais, mas confesso que só encontro uma palavra para classificar o filme “Comer, Orar e Amar” de Ryan Murphy : uma grande “xaropada”!
Partindo de uma história que até é interessante, mas já muito banalizada no cinema, a busca do “eu” em crise, através de uma viagem reparadora por belas paisagens, o filme, para nos surpreender tinha de ultrapassar todos os lugares comuns do género.
Para isso era preciso uma interpretação convincente, uma contenção na montagem do filme e diálogos ricos e profundos.
Nada disto acontece no filme.
Júlia Robert parece um paspalho deslumbrado por paisagens de bilhete-postal (nem aqui a realização consegue um rasgo de génio, fugindo ao lugar comum do passeio turístico), pouco convincente no personagem que encarna. E nem Javier Bardem salva o filme, não passando de uma caricatura de si próprio, coma única função de encher o olho das espectadoras. Já dizia Orson Welles que um bom realizador consegue transformar um cavalo num bom actor. O contrário, também acontece, como se prova neste filme, onde bons actores parecem colegiais em início de carreira.
A forma como no filme se passa de uma situação para outra, do “comer” na Itália para do “orar” na Índia e daqui para e o “amar” em Bali, parece algo forçado, pouco consistente, demasiado previsível. Talvez as cenas italianas ainda sejam as mais interessantes, mas sabem a pouco. O filme precisava de uma montagem diferente, menos apressada onde devia ser mais prolongada, mais dinâmica onde se torna longa e monótona.
Os diálogos são de uma pobreza franciscana e pouco convincentes, o Amor encontrado em Bali parece cair do céu aos trambolhões (neste caso de um atropelamento e de um trambolhão) e o encontro, previsível mas pouco credível.
Enfim, um filme para esquecer.
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