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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Das imbecilidades do Amor (O Carteiro e o Poeta)...e um poema de "Dom Pablo"...


(DO FILME "O CARTEIRO DE PABLO NERUDA")

Amor

Mulher, teria sido teu filho, para beber-te
o leite dos seios como de um manancial,
para olhar-te e sentir-te a meu lado e ter-te
no riso de ouro e na voz de cristal.

Para sentir-te nas veias como Deus num rio
e adorar-te nos ossos tristes de pó e cal,
para que sem esforço teu ser pelo meu passasse
e saísse na estrofe - limpo de todo o mal -.

Como saberia amar-te, mulher, como saberia
amar-te, amar-te como nunca soube ninguém!
Morrer e todavia
amar-te mais.
E todavia
amar-te mais
e mais.

Pablo Neruda, in "Crepusculário"
Tradução de Rui Lage

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