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terça-feira, 24 de novembro de 2009

"Constantinices"...


Segundo anunciou hoje ao fim da tarde o “Diário Económico”, na sua edição on-line, Victor Constâncio veio esclarecer que, na" verdade (..) não sugeri, nem defendi, nem recomendei um aumento de impostos”.

"O que eu fiz foi chamar a atenção para o facto de que até 2013 temos de trazer o défice do orçamento para um valor inferior a 3% e isso vai requerer novas medidas ou do lado da receita ou do lado da despesa. É claro que do lado da receita inclui impostos, se for essa a escolha", explicou o Governador do Banco de Portugal aos jornalistas.
Ainda segundo aquele jornal, Constâncio adiantou que “tanto ele como o Banco de Portugal "não nos pronunciamos sobre formas de fazer a política orçamental, pronunciamo-nos do ponto de vista como deve evoluir o défice e o impacto que isso tem nas contas públicas".
Ora, pelo contrário, toda a gente ouviu nas rádios e nas televisões de Portugal, ontem à noite e hoje de manhã, "um senhor" muito "semelhante" ao sr. Victor Constâncio afirmar que admitia a necessidade de “um aumento de impostos, não em 2010, mas até 2013”, tendo em conta o nível do défice orçamental, acrescentando que, para “trazer o défice do valor em que está este ano para menos de 3 por cento vão ser precisas novas medidas, quer do lado da despesa, quer do lado da receita”.
Ainda na mesma ocasião, Constâncio (ou o tal "senhor"?) defendeu que, em “geral, para a economia e, sobretudo, para a economia empresarial [seja pública ou privada], os aumentos salariais reais deverão situar-se entre 1 a 1,5 por cento, correspondendo isto à inflação previsível", considerando, contudo, que, no caso da função pública, devido ao aumento salarial de 2,9 por cento registado neste ano, o aumento poderá ficar abaixo daquele intervalo, uma vez que não se esperava uma inflação negativa.
Não sei em que estudo cientifico o sr. Governador se baseou para lançara aquelas percentagens. Porquê aquelas e não outras?

O sr. Constâncio, que recebe 250 mil euros por ano do bolso dos contribuintes para governar o Banco de Portugal, talvez tomando-nos a todos por pobretões ignorantes e distraídos com o futebol, começa a habituar-nos a tão depressa dizer uma coisa como logo a seguir afirmar o seu contrário.
São as constantes alterações das previsões emanadas da instituição por si dirigida, são as constantes distracções em relação às aldrabices do mundo financeiro-bancário, para além de passar a vida a malhar nos “privilegiados vencimentos” dos funcionários públicos.
Quem ganha o que ganha para fazer previsões, como se fosse o Zandinga, ou para apresentar propostas que qualquer merceeiro ou taxista é capaz de debitar para “melhorar” a economia do país, ganhando o dobro do seu colega do Banco Federal dos Estados Unidos, sendo o terceiro governador de um banco nacional mais bem pago do mundo, dirigindo uma instituição que decide dos ordenados dos seus próprios administradores, que distribui pensões de “reforma” com valores que ultrapassam os 120 mil euros anuais, que, ainda há dois anos (segundo os últimos dados conhecidos) gastou cerca de um milhão e meio de euros para renovar o parque automóvel dos seus administradores, não tem um pingo de autoridade para falara no ordenado dos outros.
Mandem o homem lá para a Europa, a ver se colocam à frente do Banco de Portugal alguém que prestigie e credibilize essa instituição.

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