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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

BANDOS


A um mês da Cimeira de Copenhaga, que vai reunir os líderes mundiais para tomarem decisões para salvar o planeta, começam a surgir notícias dando conta de um previsível fracasso dessa mesma cimeira, propondo ou prevendo o adiamento de decisões urgentes para travar uma catástrofe ambiental.

Mais uma vez, perante lideranças fracas, como a europeia, ou mal intencionadas, como a chinesa, prevalecem os interesses dos grandes grupos económicos.
Também hoje será conhecido a declaração final da Cimeira de Roma da FAO, onde se consignará o abandono do chamado Objectivo do Milénio, que era o de erradicar a fome no mundo até 2025.
Ao que parece, mais uma vez os “supremos” interesses do mundo capitalista e a sua lógica abandonam à sua sorte cerca de mil milhões de seres humanos (… sim, o número é este : 1 000 000 000).

Com exemplos destes à escala global, não é de esperar que por cá o interesse das populações conte nas prioridades dos nossos pequenos líderes. Desgraçadamente canhou-nos na rifa este Partido Socialista, e não um Partido Socialista como o dos países nórdicos, o de Espanha ou do Chile, onde as preocupações sociais estão em primeiro lugar.

Por cá, o actual bando que dirige o Partido Socialista está mais preocupado com os negócios próprios ou os dos amigos que lhes pagam as campanhas e, neste momento, em escapara à justiça.
Soube-se hoje (no Público), por exemplo que várias empresas públicas, entre as quais a Refer e a CP, pagaram com o cartão de crédito das empresas o almoço de 50 gestores públicos durante uma “homenagem” à então secretária de Estado dos Transportes, a “socialista” Ana Paula Vitorino.

Entretanto continua a telenovela das escutas.
Pelo que revelam os jornais, no passado mês de Março, por ocasião das escutas da PJ a Armando Vara, por ocasião do processo “Face Oculta” foram registados várias conversas entre aquele “militante modelo” do Partido Socialista e o Primeiro Ministro José Sócrates, onde se terá falado da alegada venda da TVI e de questões financeiras do grupo Global Notícias. Acontece que, no dia 24 de Junho, ao ser questionado no Parlamento sobre o negócio da PT para comprar a TVI, José Sócrates disse nada saber sobre esse negócio.
Claro que ninguém tem nada que saber das conversas entre dois velhos amigos, que subiram juntos no PS, nos negócios e na política. Também não me parece que sejam conversas de circunstância, eventualmente sobre “gajas”  futebol ou a vida política nacional, que podem ter interessado à justiça, mas sim questões de negociatas combinadas.
Por outro lado o desfasamento entre aquela conversa e aquilo que declarou no Parlamento obriga o Primeiro Ministro a dar um esclarecimento àquele órgão de soberania.

Entretanto os ingleses arquivaram o processo Freeport. Qualquer cidadão ciente da sua inocência naquele caso, se tivesse visto o seu nome enlameado naquele processo reaberto por iniciativa inglesa, não tendo nada a esconder, processaria os investigadores ingleses. Só não fará quem vir nesse arquivamento uma hipótese de se safar. Veremos se alguém processa a polícia britânica, para percebermos quem está ou não inocente.

Não tenho dúvidas que, nos processos em que está envolvido, o Primeiro Ministro não cometeu qualquer ilegalidade.

Já tenho dúvidas sobre a Ética da sua actuação.

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