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domingo, 24 de maio de 2020

O vírus que alimenta monstros.


A “santa aliança” neoliberal-passos-coelhismo-direita conservadora-extrema direita, tem andado especialmente activa nas redes sociais ao longo destes dias de “confinamento”, tanto por cá, como por “lá”.

Das constantes “feke news” e meias verdades do costume, “com alguma verdade à mistura para a mentira se tornar segura” (já dizia o poeta Aleixo), à exploração irracional do medo, o objectivo é espalhar ignorância sobre o vírus.

Lendo essa gente, quase se diria que o vírus é um novo Stalin criado artificialmente em laboratório para acabar com a civilização cristã!!!

Há os que desvalorizam esse activismo ignóbil, defendendo mesmo que o vírus, pelo mau exemplo dado por Bolsonaro ou Trump, se vai tornar um vírus contra o populismo.

Enganam-se.

É ver o que se tem passado na Hungria e na Polónia, onde o vírus serviu que nem uma luva para reforçar as duas primeiras “quase” ditaduras no seio da União Europeia, as chamadas “democracias ILIBERAIS”.

Tem também servido para reforçar autoritarismos de outras estirpes, do chinês ao russo, do turco ao israelita, do indiano ao filipino, do brasileiro ao venezuelano…

Por cá, é ver o activismo crescente do Chega e aliados, do Vox e dos franquistas disfarçados do PP, dos lepenistas em França ou dos neonazis alemães, sem esquecer a Liga Norte em Itália.

O medo, a ignorância e o desespero sempre foram um bom alimento  para a intolerância extremista.

Por cá o inimigo a abater por essa gente é a DGS e, a nível mundial, a OMS.

Para esse discurso ignorante e intolerante crescer precisa de dar rosto aos inimigos.

O inimigo comum dessa gente é a Organização Mundial de Saúde, juntando o condimento da hipótese, já desmentida cientificamente, de o vírus ter sido criado em laboratório e de uma pretensa conspiração chinesa contra o “ocidente”.

É um facto que a OMS revelou algumas hesitações iniciais quanto à atitude a tomar (...quem não a teve??), e que a China, uma ditadura “social-capitalista”, devido à falta de liberdade interna, levou algum tempo a divulgar e a combater o novo coronavírus, alimentando as mais variadas teorias da conspiração, uma das grandes especialidades da “santa aliança”.

Contudo a OMS tem sido uma organização eficaz no combate a várias doenças, até porque reúne à sua volta muitos cientistas e laboratórios.

A destruição do trabalho da OMS, partindo de uma mistura de argumentos válidos com “fake news” diversas, interessa a muita gente.

Em primeiro lugar, a três países governados por ignorantes e/ou criminosos activos, o Brasil,  Austrália,  os Estados Unidos, Israel...;

Em segundo lugar, ao poderoso lobbie da indústria farmacêutica, pouco interessado em solidarizar-se com os países pobres, se e quando for descoberta uma vacina ou uma cura, não prescindindo dos lucros fabulosos que podem vir a obter;

Pelo contrário, é importante fortalecer organizações como a  OMS, embora seja necessário fazer um balanço do que correu mal, para que algumas situações de descoordenação não se voltem a registar.

Tentar fazer do vírus e do combate contra os seus efeitos uma questão partidária, e ideológica, como o pretendem fazer os adeptos da “santa aliança”, essa sim, é uma atitude realmente ignóbil e até anti-humanitária.

O exemplo de Bolsonaro e de Trump devia ser suficiente para nos vacinar contra esses demagogos que proliferam nas redes sociais.

Mas temo que, mais uma vez, com aconteceu muitas vezes ao longo da história, a ignorância, a intolerância e a mentira acabem por fazer o seu caminho.

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