BPN, BPP, BES, BANIF…e outros!
Lembram-se dessas “siglas”? E de alguns dos rostos a elas associados, alguns impunemente a passearem-na nas televisões no comentário político?
Provavelmente todos (menos os envolvidos, os accionistas e o “donos
disto tudo”) lembram-se dessas siglas e dessa gente, de cada vez que consultam o saldo do
rendimento, os impostos a pagar, o trabalho precário ou o valor da pensão atribuída.
Talvez também fosse bom que se lembrassem de outros “nomes” : Sócrates,
Passos Coelho, Cavaco Silva, Durão Barroso, ou “troika”, BCE, Eurogrupo,
Comissão Europeia e Conselho Europeu….
Toda essa gente "atou" o Estado Português e os portugueses, através dos
impostos, dos salários baixos, do trabalho precário ou do desemprego, à chamada
“resolução”, com a obrigação de descarregar por muitos anos aos mil milhões de
cada vez para salvar a banca…
Por isso não percebo a indignação de muita gente neste momento com o
cumprimento daquela “pena”, imposta por instituições europeias, as mesmas que,
exigindo o cumprimento desses compromissos, acham que não têm de cumprir os
mesmos compromissos com os seus cidadãos, quando se trata de reformas, pensões
salários e direitos sociais.
Quanto muito, talvez se possa acusar Centeno e Costa de falta de coragem para para romper esse compromisso com as instituições financeiras europeias. Mas, se o fizessem, Portugal ficaria novamente em maus lençóis, sujeito à chantagem dessas instituções.
Uma decisão dessas devia ser tomada pelas instituições europeias, se estas não estivessem comprometidas com o corrupto sector financeiro que paga os "ordenados" dos seus burocratas..
Pela minha parte, se queriam uma prova dos dois pesos e duas medidas
usadas pelas instituições europeias ou da retórica demagógica no dito “apoio”
aos cidadãos que enfrentam as consequências do COVID-19, este caso dos 800
milhões a que o Estado português está obrigado a pagar para um banco falido,
fruto de trafulhices passadas no sector bancário, com a conivência da gente e
das instituições citadas em cima, é a prova da má fé dessa gente, como estão a perceber italianos, franceses, espanhóis e portugueses.
Questionam a falta de comunicação entre ministro das finanças e
primeiro-ministro, mas a maioria dos comentadores acha “normal” que se mantenha
a obrigação daquele pornográfico pagamento num momento destes, quando, por toda
a Europa, há falta de tudo para auxiliar os cidadãos.
Se tinham ilusões sobre uma mudança na atitude do poder político
europeu, que combatesse a especulação financeira e apoiasse os cidadãos, elas
ficaram desfeitas mais uma vez.
Se o Estado português não pagasse aquele valor, caiam-lhe em cima as
instituições financeiras e as instituições europeias.
Já em relação à ajuda aos cidadãos, aquelas instituições apenas desejam
saber qual o valor dos juros e dos lucros que podem obter.
Esperam-se novas cenas do assalto do poder financeiro aos cidadãos
europeus!
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