Voltamos hoje a analisar a evolução da mortalidade do COVID-19 ao longo
da última semana, a que decorreu entre o dia 14 de Maio e o dia de hoje (21 de
Maio), com base nos dados hoje publicados no site da Organização Mundial de
Saúde.
Continuamos a analisar um grupo de 35 de países, que servem de base
para melhor comparar a situação mundial.
(Podem clicar AQUI para melhor comparar com a situação anterior e
poderem ligar aos post’s anteriores).
Começamos pelos dados em bruto referentes ao total da mortalidade
registada até esta data (pode haver desfasamento de um ou dois dias):
TOTAL DE MORTOS POR COVID-19 em todo o MUNDO – 321 818 mortos;
Estados Unidos – 90 203;
Reino Unido – 35 341;
Itália – 32 169;
França – 27 972;
Espanha – 27 778;
Brasil – 17 971;
Bélgica – 9 108;
Alemanha – 8 090;
Irão – 7 183;
Canadá – 5 955;
Holanda – 5 715;
China – 4 645;
Turquia – 4 199;
Suécia – 3 743;
Índia – 3 303;
Rússia – 2 972;
MÉDIA MUNDIAL POR PAÍS – 1 650;
Suíça – 1 613;
Irlanda – 1 561;
PORTUGAL – 1 247;
Japão – 777;
Áustria – 632 ;
Dinamarca – 551;
África do Sul – 399;
República Checa – 302;
Finlândia – 301;
Israel – 277;
Coreia do Sul – 264;
Noruega – 233;
Grécia – 165;
Austrália – 100;
Cuba – 79;
Singapura – 22;
Nova Zelândia – 21
Islândia – 10;
Palestina – 4.
Os casos mais preocupantes são os de países com um número acima da
média mundial, sendo significativo a grave situação, não só dos países mais
conhecidos, mas também de países como a Alemanha, a Holanda e a Suécia, até há
algum tempo apontados como “exemplo” a seguir.
A situação de Portugal é das menos más.
Claro que esses dados não mostram a verdadeira dimensão da tragédia,
pois há que ter em conta a relação desses números com a dimensão geográfica e
demográfica de cada país.
Por exemplo, se somarmos os números de todos os países da União
Europeias, ultrapassam os números dos Estados Unidos, com uma dimensão geográfica
e demográfica idêntica ao conjunto desses países europeus.
Por isso é necessário recorrer a outras formas de analisar esses
números, como se pode observar nos quadros seguintes.
Começamos por mostrar o crescimento percentual de mortes registadas ao
longo desta semana, podendo observar os países onde esse crescimento é maior,
mais rápido e mais preocupantes e aqueles que registam um maior abrandamento :
África do Sul – um aumento de mortalidade de 82,19% em relação aos
números registados na semana anterior (contudo, neste caso, a base de partida é
um número muito baixo, de 219 para 399 casos) ;
Brasil – 44, 92% ;
Índia – 36,72%;
Rússia – 34,35%;
Canadá – 14,32;
Japão – 13,10% (também parte de um número baixo de casos);
Suécia – 12,91%;
Estados Unidos – 11, 78%;
“Velocidade” média MUNDIAL – 10,87% (15,42% na semana anterior);
Finlândia – 9,45%;
Grécia – 8,55%;
Reino Unido – 8,10%;
Turquia – 7,83%;
PORTUGAL – 7, 21% (8,28% na semana anterior);
República Checa – 6,71%;
Israel – 6,13%;
Alemanha – 5,97%;
Irão – 5,89%;
Irlanda – 4,90%;
Dinamarca – 4,55%;
Itália – 4,06%;
Bélgica – 3,96%;
França – 3,79%;
Holanda – 3,72%;
Suíça – 3,39%;
Espanha – 3,18%;
Noruega – 2,19%;
Singapura – 2,10%;
Austrália – 2,04%;
Coreia do Sul – 1,53%;
Áustria – 1,44%;
China – 0,02%;
Cuba -0%;
Nova Zelândia – 0%;
Islândia – 0%;
Palestina – 0%.
No geral regista-se um abrandamento na velocidade de crescimento.
Contudo, é de registar uma velocidade no crescimento da mortalidade em países de
grandes dimensões.
O Brasil continua a ser o caso mais grave.
A boa notícia é o abrandamento nos países europeus mais atingidos.
Portugal acompanha o ritmo de abrandamento.
É também significativo que nesta lista de 35 países existam 4 que não
registaram mortos por COVID-19 na última semana.
Existe uma outra forma de observar os dados da mortalidade, a
percentagem de falecidos em relação ao total de infectados, que pode ser
revelador da melhor ou da pior resposta do Sistema de Saúde de cada país, da
melhor ou pior actuação das autoridades, sem esquecer ainda outros factores que
podem interferir, como a capacidades imunológicas da população, hábitos,
envelhecimento, clima ou genética:
França – 19,84 % de mortos em relação ao número de infectados
registados;
Bélgica – 16,32;
Reino Unido – 14,20;
Itália – 14,19;
Holanda – 12,91;
Japão – 12,76;
Suécia – 12,15;
Espanha – 11,97;
Canadá – 7,49;
Brasil – 6,61;
Média MUNDIAL – 6,61;
Irlanda – 6,43;
Estados Unidos – 6,00;
Grécia – 5,80;
Irão – 5,65;
China – 5,49;
Suíça -5,28;
Dinamarca – 4,98;
Finlândia – 4,70;
Alemanha – 4,59;
PORTUGAL– 4,23;
Cuba – 4,15;
Áustria – 3,88;
República Checa – 3,49;
Índia – 3,09;
Noruega – 2,82;
Turquia – 2,76;
Coreia do Sul – 2,37;
África do Sul – 2,21;
Nova Zelândia – 1,82;
Israel – 1,60;
Austrália – 1,41;
Rússia – 0,96;
Palestina – 0,69;
Islândia – 0,55;
Singapura. 0,07.
Este é um dos quadros que melhor consegue aferir sobre a eficácia na
resposta à crise.
Mais uma vez é muito positiva a posição de Portugal, que consegue estar
melhor do que países como a Holanda e a Suécia (dois mitos com “pés de barro” e
em situação muito preocupante), ou que a Grécia, a Dinamarca, a Finlândia ou a
Alemanha, países geralmente apontados como “exemplares”, e pouco pior que a
Áustria.
Até agora o nosso debilitado (pelas medidas da Troika e do “ir além da
Troika”) Sistema Nacional de Saúde tem respondido à altura dos melhores
sistemas de Saúde.
Contudo, estes números podem incorrer em erro, tendo em conta algumas
falhas e algumas diferenças na forma de contabilizar os infectados ou registar
os mortos por COVID-9.
Não será o caso de Portugal, também bem classificado na testagem média
por habitante, e uma sociedade aberta em termos informativos.
Por isso, devemos cruzar aquela informação com o último quadro, onde se
registam o números de mortos por cada 100 mil habitantes, dados que, apesar de
mostrarem melhor a realidade comparada, podem ser “contaminados” pela base
demográfica e pela dimensão de alguns países, disfarçando a gravidade da
situação, muitas vezes concentrada apenas em certas zonas, como é o caso do
Brasil.
Mesmo assim aqui deixamos esse último quadro:
Bélgica – 79,51 mortos por cada 100 mil habitantes;
Espanha – 59,43;
Reino Unido – 53,51;
Itália – 53,26;
França – 41,75;
Suécia – 36,61;
Irlanda – 32,13;
Holanda – 33,03;
Estados Unidos -27,44;
Suíça – 18, 91;
Canadá – 15,66;
PORTUGAL – 12,11;
Alemanha – 9,74;
Dinamarca – 9,49;
Irão – 8,73;
Brasil – 8,55;
Áustria – 7,13;
Finlândia – 5,45;
Turquia – 5,04;
Noruega – 4,34;
MÉDIA MUNDIAL – 4,17;
Israel – 3,01;
República Checa – 2,82;
Islândia – 2,73;
Rússia – 2,02;
Grécia – 1,53;
Cuba – 0,70;
África do Sul – 0,67;
Japão – 0,61;
Coreia do Sul – 0,50;
Nova Zelândia – 0,42;
Austrália – 0,38;
China – 0,33;
Índia – 0,24;
Palestina – 0,08.
Este tipo de observação parece, contudo, distorcer bastante a
realidade, “beneficiando” principalmente os países de grandes dimensões, devido
à concentração regional dos surtos, com acontece, por exemplo, com o Brasil e a
Rússia.
Neste quadro Portugal não se sai tão bem como nos anteriores, apesar de
a mortalidade ser relativamente baixa, mas mantendo-se próximo de países ditos
“exemplares” como a Alemanha, a Dinamarca ou a Áustria.
Sem mais comentários, fiquem com os dados e tirem as vossas conclusões.
Voltaremos para a semana com nova análise dos dados.
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