É hoje que o parlamento português vai votar a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Tudo indica que será aprovada a proposta do governo, a qual, contudo, não prevê a adopção por parte desses casais.
A aprovação da proposta do governo será assim uma meia vitória e até pode contribuir para combater uma situação de discriminação com a criação de outra.
Que eu saiba, não existe nenhum argumento de tipo psicológico ou pediátrico que impeça a adopção de crianças por homossexuais. Apenas preconceitos. Aliás, se existem maus exemplos no tratamento de crianças, adoptadas ou não, de violência doméstica ou de pedofilia, eles têm maioritariamente origem em “normais” famílias ou agressores heterossexuais.
Seja qual for o resultado dessa votação, o parlamento agiu bem ao recusar dar o aval a um referendo sobre o assunto. Seria absurdo que, no país onde nunca se referendaram decisões que tiveram consequências sobre todos os seus cidadãos, como a adesão à NATO ou à União Europeia, a introdução do Euro ou os vários tratados europeus, se viesse a gora a realizar um referendo sobre os direitos das minorias.
Mesmo sendo esta uma meia vitória para os defensores da luta contra a descriminação, não deixo de sentir orgulho, como português heterossexual , liberal e de esquerda, de ver o meu país tomar uma decisão histórica como esta, ou não fosse este um dos primeiros países do mundo a abolir a escravatura e a pena de morte.
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