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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Orçamento, a Esquerda, a Direita e ... a Democracia a funcionar.


De acordo com as notícias mais recentes, o Orçamento de Estado vai passar na Assembleia da República, com a abstenção do CDS/PP e, provavelmente, do PPD/PSD.

Em abono da verdade e da responsabilidade, penso que os deputados tinham de permitir a aprovação deste primeiro orçamento do segundo governo de Sócrates.
Por muito que se discorde das opções político-económicas do governo Socialista, seria totalmente irresponsável, no actual momento, não dar o benefício da dúvida ao governo recentemente empossado.
A esquerda acusa o governo de ceder à direita para conseguir a aprovação a todo o custo desse orçamento.
Mas perguntar-se-á a essa esquerda o que é que fez para contribuir para a aprovação de um orçamento “mais à esquerda”?
Penso que não é boa política que a esquerda parlamentar se tenha auto-excluído da negociação com vista à elaboração do Orçamento.
Claro que ninguém é obrigado a concordar com as opções económicas deste governo, mas então que se apresentem alternativas.
Não sei se isso é possível a nível regimentar, mas defendo que os partido que se propõem a votar contra uma proposta orçamental do governo deviam por à votação da assembleia uma proposta alternativa, mesmo sabendo que esta, à partida, ia sair derrotada. Era uma maneira de os cidadãos perceberem as alternativas ao poder.
Estar sempre “no contra”, é cómodo e pode, conjunturalmente, dar votos, mas, a prazo, nunca vai levar essa esquerda a lado algum.
Além disso, tenhamos gostado ou não, o eleitorado ainda recentemente, apesar de lhe tirar a maioria absoluta, escolheu que fosse Sócrates a governar e, de forma ainda mais significativa, que fosse o CDS/PP a ter condições políticas para negociar com ele.
Se gostava que a realidade política fosse diferente? Gostava, mas a realidade é a que temos e, em democracia, há que acatar a escolha da maioria.
Obviamente que essa realidade não implica um baixar de braços na crítica às opções maioritárias.

É assim que funciona a Democracia. Habituem-se….