Uma das situações que mais tem contribuído para degradar e desprestigiar a democracia portuguesa é a constante dança de cadeiras entre lugares no governo e instituições controladas por este.
A Politica, que devia ser um serviço público, torna-se assim um trampolim de ambições e interesses pessoais.
São já muitos os episódios conhecidos em que secretários de estado ou ministros desempregados, passado pouco tempo após terem desempenhado essas funções, são nomeados para cargos de responsabilidade em organismos de nomeação política, mesmo que tenham sido despedidos do governo pelos maus serviços prestados.
Foi agora o caso de Maria de Lurdes Rodrigues (MLR), nomeada agora por José Sócrates para presidir à Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).
Não deixa de ser significativo que, no mesmo dia em que a incompetência da antiga ministra foi posta a nu pela facilidade com que a actual equipa do Ministério da Educação e os representantes dos professores conseguiram chegar a um acordo, depois de quatro anos perdidos para a educação portuguesa, com custos que vão levar ainda muitos anos a recuperar, José Sócrates nomeie MLR para um cargo de responsabilidade política.
A FLAD é uma instituição pública com características culturais e educativas. A cultura e a educação são actividades que exigem uma postura de tolerância e abertura, tudo aquilo que a antiga ministra da educação negou durante quatro anos, com graves custos para os portugueses.
Maria de Lurdes Rodrigues pode perceber muito de manipulação estatística, que foi sempre a base dos seus argumentos. Mas falta-lhe humanismo para dirigir uma fundação com as características da FLAD.
Provavelmente o mau ambiente que ela soube criar no sector da educação vai-se repetir nessa organização. Como a FLAD é uma instituição pública, devemos estar atentos àquilo que nela se irá passar a partir do momento em que Maria de Lurdes Rodrigues tome conta do cargo.
São os “contribuintes” e o "interesse público" que o devem exigir, responsabilizando quem a nomeou pela previsível descalabro daquela instituição.
1 comentário:
Ora toma! MLR no seu melhor!
Concordo com as tuas palavras e fico mais desencantado ainda com mais esta palhaçada - em que os palhaços somos nós. ( Sim, ela é que se ficou a rir...).
Apetece-me gritar a famosa exclamação do almirante Pinheiro de Azevedo...
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