Fruto da época, passando por cima de outras leituras previstas, resolvi
ler “A Peste” de Albert Camus, autor que, apesar de conhecer a sua existência e
importância, nunca tido lido.
Camus era filho de pais franceses que foram viver para a então colónia
Argélia, onde o autor nasceu em 7 de Novembro de 1913.
Recebeu o Prémio Nobel em 1957 e faleceu, de acidente de automóvel, em
1960.
Escreveu “A Peste” em 1947, considerada uma metáfora à “peste castanha”
do nazismo e da ocupação da França durante o início dos anos 40. Aliás, o autor
foi membro activo da resistência.
A história do livro passa-se na cidade argelina de Oran, na década de
40, durante uma hipotética peste naquela cidade.
O livro descreve a vida de um conjunto de personagens durante os meses
em que dura a peste e de isolamento forçado
da cidade, narrada por um médico, Bernard Rieux.
Metáfora ou não do nazismo, as descrições do efeito da peste na vida
das pessoas, na forma como se manifesta na sua saúde física e mental, são de
uma actualidade impressionante.
Penso mesmo que, se não tivéssemos a passar por uma circunstância
idêntica, pesem as devidas diferenças de
época, não nos apercebíamos da realidade de algumas cenas.
Está lá muito daquilo que sentimos por estes dias, descrito de forma
magistral.
Apesar de todos os medos e do horror, a peste vai acabar, no romance,
como na nossa realidade, mas mudando a vida de todos.
Um livro para ler, para se perceber melhor o tempo que vivemos, onde
podemos encontra as palavras certas que nos faltam para nos descrevermos.
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