Este não é tempo de festejar, mas é tempo de comemorar e homenagear.
Reina por aí uma grande confusão por causa das “comemorações “ do 25 de Abril e do 1º de Maio.
Reina por aí uma grande confusão por causa das “comemorações “ do 25 de Abril e do 1º de Maio.
Ou antes, não existe confusão, a não ser entre ignorantes, mas sim má
fé, intolerância e fanatismo (leia-se, a propósito, o que já escrevemos AQUI).
Claro que a forma como o assunto foi abordado por alguns deputados e,
principalmente pelo Presidente da Assembleia da República, não foi a mais
esclarecedora e contribui para dar argumentos à direita revanchista que viu
aqui uma oportunidade para virar o “povinho” contra a legitima comemoração
dessas datas.
O que essa direita revanchista soube utilizar com mestria foi a
confusão entre “comemoração” e “festa”, entre “comemoração” e “manifestação”,
entre algumas pessoas devidamente confinadas e protegidas e a imagem de
“multidões” na rua.
Depois foi usar,.com toda a mestria, que lhe é reconhecida (já elegeu
Trump e Bolsonaro por outras bandas) o uso das redes socias, das “fake news” e
das “meias verdades”, para encontra apoio na comunicação social, nas redes
socias e entre o “povo”, lançando uma campanha de comparações absurdas e
demagogicas (entre as comemorações da Páscoa e as do 25 de Abril e 1º de Maio,
por exemplo), para lançar uma petição, que, partindo do “repudio” pelas
comemorações do 25 de Abril, ensaia uma movimentação mais musculada, no futuro
próximo, contra a democracia e a liberdade, à boleia das actuais medidas de
excepção, tal como está a ser feito na Hungria ou na Polónia.
O COVID-19 é “amigo” dos candidatos a ditadores e das politicas
autoritárias…
Muito provavelmente essa petição vai conseguir o pleno da extrema
direita (recorde-se que o CHEGA conseguiu mais de 66 mil votos nas últimas
eleições), da direita conservadora do CDS mais 216 mil votos) e algumas franjas
do PSD (os “cavaquistas” e os “passos coelhistas”) e franjas de outros partidos
de direita e da abstenção.
Ou seja, umas 300 mil assinaturas. Abaixo disso será um desastre para
quem lançou a petição (embora o procure disfarçar, porque o número, assim em
bruto, parece “impressionante”).
Contudo alguns democratas e alguma esquerda parece terem caído na
armadilha da guerra dos números.
Para mim, a melhor argumentação contra aqueles revanchistas é comemorar
condignamente a data, seguindo as recomendações sensatas da Associação 25 deAbril, para se comemorar cantando o Hino e da Grândola à janela, às 3 da tarde
do 25 de Abril e para que haja bom senso na Assembleia da República, reduzindo
ao mínimo o número de presenças (não muito mais
do que aquelas que têm sido as presenças habituais num órgão de
soberania que tem continuado a funcionar, porque a democracia não fechou para
férias e não seria compreensível o seu encerramento numa altura destas não
seria compreensível para os milhares de portugueses que continuam a trabalhar
para manter a saúde e o país a funcionar).
Sobre as comemorações do 1º de Maio, falaremos noutra ocasião.
É importante comemorar o 25 de Abril, mas sem dar mais argumentos aos
revanchistas da direita.
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