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quinta-feira, 30 de abril de 2020

COVID - 19 ; Outra maneira de olhar para os números (4ª semana)


Voltamos hoje a olhar para os números do COVID-19 referentes à situação nos 20 países por nós escolhidos, com base em critérios definidos anteriormente (Ver aqui a situação registada, respectivamente , na 1ª semana, 2ª semana, e 3º semana da nossa observação).

Usámos como base a lista de mortes por COVID-19, dados divulgados pela OMS.

Hoje publicamos a análise dos 4 critérios que temos seguido, referentes à evolução entre os números publicados em 23 de Abril e os publicados hoje, 30 de Abril.

Começamos pelos dados em bruto do total de número de mortes registados nesses 20 países até à data de hoje:

ESTADOS UNIDOS - 52 428;
ITÁLIA - 27 359;
ESPANHA - 23 822;
FRANÇA - 23 627;
REINO UNIDO - 21 678;
BÉLGICA - 7 331;
ALEMANHA - 6 155;
IRÃO - 5 957;
BRASIL - 5 017;
CHINA - 4 643;
HOLANDA - 4 566;
SUÉCIA - 2 355;
SUIÇA - 1 379;
IRLANDA - 1 159;

PORTUGAL - 948;

ÁUSTRIA - 569;
DINAMARCA - 434;
COREIA DO SUL - 247;
FINLÂNDIA - 199;
GRÉCIA - 136.

TOTAL A NÍVEL MUNDIAL - 211 028.

Em relação à semana anterior, a Alemanha e o Brasil pioraram a sua situação no top 10 desses países, já que neste top, ultrapassar e subir lugares é um mau sinal.

Não deixa de ser significativo o caso da Alemanha, que iniciou na última semana um abrandamento de restrições.

Na lista a seguir registamos o aumento percentual de mortos entre o dia 23 e o dia de hoje nesse mesmo conjunto de países:

BRASIL - um aumento de 83,03% no número de mortes;
IRLANDA - 50,71%;
FINLÂNDIA - 33, 55%;
ESTADOS UNIDOS - 30, 83%;
SUÉCIA - 21, 47%;
PORTUGAL - 20,79%;

MUNDO - 20,11%;

ALEMANHA - 20,04%;
REINO UNIDO - 19,76%;
ÁUSTRIA - 15,18%;
SUIÇA - 13,40%;
DINAMARCA - 13,02%;
GRÉCIA - 12,39%;
FRANÇA - 10,88%;
IRÃO - 10,49%;
ESPANHA - 9,71%;
ITÁLIA - 9,06%;
BÉLGICA - 6,69%;
COREIA DO SUL - 2,91%;
HOLANDA - 2,07%;
CHINA - 0,02%.

Em relação há semana anterior regista-se um abrandamento geral na percentagem de mortos semanal, com a excepção do Brasil.

Portugal, apesar de ter abrandado o aumento percentual de casos mortais, ultrapassa pela primeira vez a velocidade média registada numa semana a nível mundial.

Se na semana anterior apenas um país, a Coreia do Sul, registava um crescimento semanal abaixo dos 10%, nesta semana juntaram-se mais 5 países, entre eles a Espanha, a Itália e a Bélgica, três dos países mais atingidos pela mortalidade do COVID -19.

Países como a Suécia e a Finlândia, esta pela 3ª vez, embora partindo de uma base reduzida, destacam-se pela negativa, tanto mais que costumam ser apontados como "exemplo" (!!).

Passamos agora a analisar outra forma de ver os números, que permite comparar melhor a situação dos países entre si, e, por outro lado, cruzando os dois registos, pode der uma ideia sobre a forma como as medidas tomadas e o funcionamento dos sistemas de saúde responderam melhor à epidemia.

Para além de revelar o melhor ou o pior das decisões e dos sistemas, convém ter presente que as diferentes situações em relação ao envelhecimento populacional também pode influenciar esses dados.

No primeiro registo identificamos a percentagem de mortos em relação ao número de oficial de infectados em cada país, percentagem, que quanto mais baixa for, melhor sistema de saúde  e/ou uma melhor eficácia nas medidas tomadas pode revelar:

Começando, dos "piores" para os "melhores":

FRANÇA - 18,8% de mortos em relação ao nº de infectados;
BÉLGICA - 14,48%;
ITÁLIA - 13,57%;
REINO UNIDO - 13,45%;
SUÉCIA - 12,00%;
HOLANDA - 11,88%;
ESPANHA - 11,30%;
BRASIL - 6,97%;

MUNDO - 6,89%;

IRÃO - 6,36%;
IRLANDA - 5,83%;
CHINA - 5,50%;
GRÉCIA - 5,36%;
ESTADOS UNIDOS - 5,22%;
DINAMARCA - 4,90%;
SUIÇA - 4,72%;
FINLÂNDIA - 4,19%;

PORTUGAL - 3,89%;

ALEMANHA - 3,87%;
ÁUSTRIA - 3,71%;
COREIA DO SUL - 2,29%.

Mais uma vez não deixa de ser significativa, pela negativa, a situação da Suécia e da Holanda.

O país que mais piorou, em relação à semana anterior foi o Brasil.

Portugal ,por sua vez , é um dos países que melhor se sai nesse quadro.

Mas como a forma de contar os infectados pode variar de país para país, a melhor forma de aferir os dados é comparar a lista de cima com o cálculo do número de mortos por 100 mil habitantes :

BÉLGICA - 63,99 mortos por 100 mil habitantes;
ESPANHA - 50,97;
ITÁLIA - 45,30;
FRANÇA - 35, 26;
REINO UNIDO - 32,82;
HOLANDA - 26,39;
IRLANDA - 23,86;
SUÉCIA - 23,03;
SUIÇA - 16,17;
ESTADOS UNIDOS - 15,95;

PORTUGAL - 9,21;

DINAMARCA - 7,47;
ALEMANHA - 7,36;
IRÃO - 7,24;
ÁUSTRIA - 6,42;
FINLÂNDIA - 3,60;

MUNDO - 2,74;

BRASIL - 2,38;
GRÉCIA - 1,26;
COREIA DO SUL - 0,47;
CHINA - 0,33.

Confirma-se a má situação da Holanda e da Suécia, desmentindo o tão apregoado "exemplo".
Portugal, mais uma vez, não se sai mal na comparação.
O Brasil e a China beneficiam da grande base demográfica, que atenua a realidade desses países, não sendo de descartar que esses sejam os países sobre os quais existem muitas dúvidas em relação aos números divulgados.

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