Foi o mais recente e último aviso.
Havia uma velha máxima índia segundo a qual todos “herdamos as terras
dos…NOSSOS FILHO!”.
Ou seja, para quem não percebeu ( e as redes sociais estão cada vez mais
cheias de gente que, ou não percebe ou não quer perceber), temos a
responsabilidade de “devolver” a Terra às gerações futuras com qualidade para
eles poderem viver em paz e harmonia.
Infelizmente não é isso que temos feito nos últimos tempos.
Temo que, mais uma vez, como tem vindo a acontecer há décadas, os
avisos só sejam escutados quando for tarde de mais ou alguma catástrofe nos
atinja pessoalmente.
Da actual classe politica e económica que governa o mundo nada ou pouco podemos
esperar.
Leiam-se as opiniões e atitudes de Trump, que preside à nação que é a
maior poluidora do mundo.
No Brasil, uma das maiores economias do mundo, vamos ter, ao que tudo indica,
um presidente que tem, como principal tarefa do seu programa, acabar com a
protecção ambiental e entregar a Amazónia aos madeireiros e criadores de gado,
ameaçando os índios que a habitam e a preservam, e o próprio mundo, pois a
Amazónia é um dos últimos pulmões do nosso planeta.
A África está a ser vendida aos interesses chineses que prometem continuar
o trabalho de destruição ambiental desse continente iniciado pelas grandes
multinacionais ocidentais.
Na maioria dos países asiáticos e na Rússia, a economia está entregue
às industrias poluidoras.
No ocidente, os interesses financeiros da industria automóvel ,da petrolífera, da criação de gado e da extração
mineira, mandam mais do que a vontade dos ambientalistas.
O cumprimento das decisões do tratado de Paris não tem passado de mera
retórica folclóricas.
Infelizmente, a defesa do ambiente não é compatível com o modelo
económico dominado pelo capitalismo selvagem e pelo neoliberalismo.
Quando, em termos mais locais, vemos tanto afã em derrubar árvores,
criticar medidas que visam afastar o automóvel dos centros históricos ou
urbanizar nas poucas zonas florestais que restam, sem se melhorar o sistema se
transportes públicos ou a preservação dos ambientes naturais (veja-se o caso recente do "aeroporto do Montijo" ou do porto de Setúbal), então a esperança
de escaparmos à catástrofe é cada vez menor.
Um dia, se ainda houver humanos, quando se fizer a história deste principio
de século, os causadores do anunciado e cada vez mais provável holocausto
ambiental para onde nos conduzem irão figurar ao lado dos grandes criminosos do
século XX, como Hitler ou Stalin.
Até lá, a cada um de nós só nos resta remar contra a maré, à espera que
o bom senso ainda nos possa salvar.
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