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quarta-feira, 3 de outubro de 2018

#Ele Não!



Fosse eu brasileiro e, neste momento, estaria apavorado com a possibilidade de ver Bolsonaro ganhar as eleições.

Só para terem um a idéia de quem é Bolsonaro, basta recordar algumas das suas afirmações:

- sempre defendeu a ditadura militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985. Para ele o único erro da ditadura foi, em vez de torturar, não “os ter matado”, único erro que aponta igualmente ao ditador chileno Pinochet. Este também devia ter matado mais gente do que os 3 mil que, comprovadamente, matou. Até porque, para Bolsonaro a democracia é “uma porcaria”;

- também para ele “os negros não fazem nada”, e “não servem nem para procriar”. Acha o casamento entre branco e negros uma “desgraça”;

- as mulheres devem receber salário mais baixo “porque engravidam” e só “mulher bonita” “merece” ser violada;

- se tivesse um filho gay preferia vê-lo morto num acidente de carro, além de que, ter um gay por vizinho desvalorizava o seu apartamento;

- em termos económicos defende a esterilização dos pobres e acabar com o subsidio de férias e o 13º mês. Talvez não seja por acaso, mas os seus colaboradores mais próximos em termos económicos são as mais conhecidas personalidades que defendem o neoliberalismo, alguns até oriundos da tenebrosa “Escola de Chicago”, que apoiou Pinochet na área económica, a primeira experiência de neoliberalismo no mundo.

Não, o que publicamos em cima não é brincadeira. Resume apenas algumas das afirmações e atitudes de Bolsonero ao longo dos últimos anos.

Anda por aí muito comentador e jornalista a desvalorizar ou a desculpar Bolsonero.

E o argumento mais usado ultimamente é equiparar Bolsonero com o candidato do PT, Fernando Haddad, como "duas faces da mesma moeda".

Esse tipo de equiparação só serve para legitimar o voto em Bolsonero, e as suas ideias.

A atitude que muito comentador e jornalista toma sobre essas coisas faz lembrar o que se passou na Guerra Civil de Espanha, onde as democracias ocidentais, à custa de equipararem os dois lados em confronto, como justificação para não apoiarem a República, conduziram ao poder um dos mais sanguinários ditadores do século XX e foi a antecâmara para a 2ª Guerra Mundial.

Felizmente que surgiu no ocidente um Churchill e um De Gaulle que perceberam onde estava o inimigo principal, tornado possível a vitória aliada sobre o nazi-fascismo.

O mundo hoje está a precisar, com urgência, de novos Churchill’s e De Gaulle.

Votar Bolsonero ou Haddad não é mesmo a mesma coisa!

Haddad, embora transporte o peso da hipotética corrupção no seio do PT de Lula, não está envolvido em escândalos financeiro e fez um excelente trabalho enquanto Ministro da Educação e enquanto Presidente da Câmara de São Paulo.

Mas também existem excelentes alternativas, com Marina Silva ou Ciro Gomes.

Numa segunda volta, quem não pensa como Bolsonaro, quem não é ignorante, quem não é politicamente cego e desonesto, quem quiser salvar o Brasil de tempos tenebrosos , tem de votar no candidato que contra ele se apresente na segunda volta, tal como aconteceu em França contra Le Pen.

O resto é conversa de gente mal intencionada ou ignorante …ou é fascista mesmo!

Não podemos votar, mas vamos torcer pela derrota final de Bolsonero (que, demonstrando a sua falta de respeito democrático, até já ameaçou não aceitar qualquer resultado que não fosse a sua vitória!!??).

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