Jair Bolsonaro ficou a uma unha negra de vencer logo à primeira volta
as eleições presidências no Brasil.
Quase 50 milhões de brasileiros, num universo de cerca de 120 milhões
de eleitores, escolheu o candidato que defende a ditadura, a tortura, a pena de
morte, além de ser racista e desprezar as mulheres, os pobres e as minorias,
defendendo o holocausto das populações índias e pretende entregar a Amazónia à
voragem de vários interesses, contribuindo para a destruição de uma zona que é
vital para a sobrevivência humana e para travar as alterações climatéricas.
Entre os seus eleitores estão mulheres, negros, pobres, empresários e professores
universitários, alguns dos quais vão ser os primeiros a sentir na pele as
medidas de Bolsonaro, caso este, como tudo indica, venha a ser eleito
presidente da 2ª volta.
Como alguém comentava, os 50 milhões de eleitores de Bolsonaro não são
todos fascistas.
Quem levou Hitler ao poder também não era tudo nazi.
Ambos jogaram a cartada do medo irracional.
Ambos jogaram a cartada do medo irracional.
A tentativa de desvalorizar ou justificar o apoio de tanta gente com a
compreensão da análise “sociológica” ou “politicóloga” é a melhor forma de
legitimar o discurso e o apoio a gente como Bolsonaro.
Há momentos na história onde, em vez de se tentar “compreender”, deve-se, no imediato, combater e denunciar.
A única esperança de que Bolsonaro venha a ser derrotado é obriga-lo a
falar, falar, falar, nas próximas três semanas.
É que Bolsonaro beneficiou do silêncio a que se remeteu depois do “atentado(??)”
e isso protegeu-o de ter de clarificar as suas ideias, ajudado pelas “fake-news”
das redes socias que tão bem soube manipular.
Se falar, muitos dos que votaram nele vão perceber o monstro que têm
entre mãos e, estou convencido, vão repensar o seu voto.
Se mesmo assim, a maioria dos 50 milhões de apoiantes de Bolsonaro na
1ª volta que não são fascistas, nem ignorantes , voltarem a votar nele, então
vão merecer o que lhes vai cair em cima.
2 comentários:
É preciso combater sem tréguas o bicho e o seu discurso. Mas analisar o comportamento dos eleitores, esquadrinhar, perceber os porquês não é legitimar,caríssimo historiador e amigo,é o caminho para percebermos o que está a acontecer... Podemos só chamar estúpidos e cretinos e indignos, mas esse é o grau zero da razão.
Obrigado pela tua opinião. Não discordo do que dizes, mas o que eu quis dizer é que a urgência de agir, por vezes tem de se adiantar à necessidade de compreender...mas para agir correctamente é, como tu dizes, necessário compreender. Confuso? talvez, mas também vivemos tempos confusos. Beijinhos.
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