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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Novo Governo: o Benefício da...Dívida!

Dizem os “especialistas” que este governo é um mero executor do programa da “troika” e por isso não é de alimentar grandes expectativas.

Mas o programa da “troika” inclui alguma flexibilidade, e a sua execução tem mais do que um guião possíveis, dependendo dos alvos dessas medidas: a opção é entre os sacrificados do costume ou os que até hoje se escaparam à crise, ou entre os que pouco têm e os que continuam a ver crescer as suas fortunas, ou entre os que cumprem e os corruptos…

Portanto ainda há campo para o exercício da política...mesmo nivelando por baixo as expectativas...

Dizem ainda os “especialistas” que a juventude do actual governo pode ser uma mais-valia, num cenário em que é necessário rapidez e agilidade de decisão para cumprir o calendário apertado imposto pela “troika”.

Mas a rapidez e a agilidade pode não ser boa conselheira, convidando a ir pelo caminho mais fácil que pode ser, por exemplo, continuar a penalizar os que nunca podem “fugir” ao fisco e deixando escapar os mais "ágeis"...

Os “especialistas” também dizem que as qualidades técnicas dos responsáveis pela economia e pelas finanças são uma garantia de que as contas vão ser bem feitas, referindo até um desses “especialistas” (de seu nome Medina Carreira), a favor dessa opção, que estes governantes “sabem ler gráficos”.

Mas o facto de saberem ler gráficos não quer dizer que os saibam interpretar lúcida e humanamente, ou que não se prestem à simples manipulação estatística (já vimos o que isso tem dado a nível da educação, durante o consulado de Maria de Lurdes Rodrigues, essa grande “especialista” em estatísticas…). Já vi o sr. Medina Carreira a meter os pés pelas mão a comparar dois gráficos que, se fossem interpretados separadamente, permitiam uma opinião (no caso aquela que Medina tentava defender), mas analisados comparativamente implicavam uma opinião totalmente diferente ( o que, no caso , punha em causa a opinião de tão ilustre “especialista”). Seria bom, igualmente, ter a noção de que a leitura de gráficos, principalmente se ao nível macroeconómico, pode distorcer a realidade. Todos conhecem aquela velha história : se o meu amigo da esquerda tiver 5 galinhas, eu tiver 1 e o meu amigo da direita não tiver nenhuma, em média temos 2 galinhas cada um…um valor que não existe na realidade (nenhum de nós tinha duas galinhas).

Enfim, dizem ainda os especialistas que o programa da “troika” e o seu cumprimento foi legitimado pelas urnas, lançando até um número… os partidos da troika foram sufragados por “85% dos portugueses” (!!) (Durão Barroso dixit).

Não nego a legitimidade das eleições e o facto das maior parte dos votantes terem escolhido os partidos da “troika”, mas esses não representam “85% dos portugueses”…

Eis uma frase muito pouco democrática...em democracia as maiorias, ainda por cima falsamente "esmagadoras", podem não ter razão. Mas não é de admirar. Barroso preside a uma comissão que nunca foi legitimada democráticamente pelos cidadãos europeus e não esquece as decisões políticas maoista, também tomadas por... 80 ou 90%...

Por tudo isso, dizem os mesmos “especialistas”, será bom que o povo se deixe ficar sereno, dando o benefício da dúvida a este governo.

…ou será antes…o benefício da …dívida?.

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