Pode um filme não ser um filme?
Pode!
Pode uma pintura a fresco sobre a vida e a morte ter a forma de um filme?
Pode!
Pode um poema ser escrito, com imagens em movimento?
Pode!
“A Árvore da Vida”, o mais recente filme de Terrence Malick, vencedor da Palma de Ouro do festival de Cannes é tudo isso, e muito mais.
Uma reflexão sobre o sentido da vida e sobre o modo como sentimos a morte de um ente querido.
Mas não é só isso, é também uma comovente história sobre a infância, os seus medos, as suas descobertas, o seu lado obscuro e o seu peso na construção de todos os Homens.
É ainda um filme sobre as escolhas e a presença (ou a ausência) de Deus na construção do mundo e do ser.
Este é um filme que navega entre o surrealismo, que nos remete para o estranho mundo de “2001 Odisseia no Espaço”, e o realismo do quotidiano de uma família texana dos anos 50.
É também uma viagem ao mais profundo da nossa memória de infância, ao desejo que temos de, muitas vezes, voltarmos à segurança do regaço da família que nos criou, à redescoberta de nós, a um espaço e a um mundo que já não existem.
Este é daqueles filmes que vai ser necessário revisitar muitas vezes e onde iremos descobrir sempre algo de novo.
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