Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 15 de junho de 2011

BASTA DE ECONOMIA RASCA!



Não sei se devo referir-me a uma economia rasca se a um grupo de economistas “rascas”.

De facto a economia é feita por gente.

Estamos sim perante um grupo de economistas “rascas “ que dominam as grandes empresas, os bancos, o jornalismo e o comentário económico, as universidades de gestão e economia e o poder político.

Mas o que é que queremos dizer quando nos referimos a uma economia e aos seus economistas rascas?

Referimo-nos a uma ideia de economia que deixou de estar ao serviço do homem e da equidade dos seus recursos, para se preocupar exclusivamente com a mais abjecta exploração, de gente e de recursos, com vista a aumentar, “rapidamente e em força”, os lucros fabulosos do sistema financeiro ou, o que é ainda mais grave, “apenas” para salvar aqueles que abusaram do controle sobre grandes meios financeiros para destruir a economia equilibrada e social que foi construída ao longo da segunda metade do século XX , principalmente na Europa, e que agora exigem que sejam os trabalhadores, as empresas realmente produtivas e criativas e os cidadãos em geral a pagar o descalabro das suas finanças.

O que é lamentável é que existam comentadores de economia, jornalistas, professores universitários e políticos que se prestem ao servicinho de propagandear a “inevitabilidade” das receitas financeira neo-liberais, da condenação à miséria generalizada dos cidadãos, do retrocesso social e da perda de direitos para salvar o sistema aberrante criado por esse modelo económico.

Talvez fosse bom reflectir no seguintes termos:

- se o modelo económico que defendem originou  a crise actual;

- se, para o salvarem, e salvarem principalmente os responsáveis pela crise (que, como se vê pelas notícias, continuam a exibir lucros fabulosos), temos, segundo eles, de retroceder ao modelo social do século XIX, a uma sociedade sem direitos e de questionar o primado da lei (veja-se a forma como se coloca em causa a Constituição, as Leis do Trabalho ou o Sistema Fiscal, tentando responsabilizá-los pelas dificuldades actuais, tratando-as como meras “força de bloqueio”) ;

- se esses mesmos tentam chantagear o futuro das gerações mais novas, tentando lançá-las contra a “estabilidade” profissional dos mais velhos, ou lançar os desempregados contra quem tem emprego;

- se não houve nenhuma guerra, ou cataclismo que justifique a “austeridade” que eles defendem, a não ser pela necessidade de salvar um sistema financeiro corrupto e incompetente;

- se é esta “economia” que defendem, então devemos romper com este modelo de vez e procurar alternativas, que passam pela defesa dos direitos dos cidadãos.

Uma economia que está meramente ao serviço do poder financeiro e da garantia dos seus lucros fabulosos, é uma economia “rasca” e, com tal, devemos desrespeitá-la de todos os modos legítimos.

É tempo de dizer basta e colocar a economia ao serviço dos cidadãos.

Sem comentários: