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terça-feira, 23 de novembro de 2010

A GREVE GERAL E AS VUVUZELAS DO COSTUME

Ainda a Greve Geral não começou e já aí estão as “vuvuzelas” do costume a tentar desvalorizá-la.

Já não usam o velho discurso boçal (muitas vezes justificando o recurso a represálias profissionais ou à violência física) contra a greve e os grevistas.

Agora, num discurso bem comportado, lá reconhecem que o greve é um direito num “estado democrático”.

Mas lá vão usando o argumento de que esta greve “não vai servir de nada” porque as decisões tomadas pelo governo não vão ser alteradas.

Deste modo começam já a esvaziar os resultados da greve (lamentando provavelmente que não haja um jogo importante da selecção nacional ou um mega atentado lá por fora para desviar as atenções desses resultados).

Outros recorrem a uma argumentação mais na moda, a dos custos para o país dessa greve e já avançam com uns “milhões”.

Mas a argumentação mais completa e cínica deve-se a um tal João Duque, um dos tais que faz mais parte do problema do que da solução, ensinando numa” prestigiada” escola de gestão, que formou muitos dos “competentes” gestores que nos levaram à crise, em declarações ao Diário de Notícias:

“Contactado pelo DN, o economista João Duque lembra, porém, que, "do ponto de vista meramente de equilíbrio financeiro do Estado", o efeito é até "positivo". Isto porque, utilizando a mesma forma de cálculo e tendo em conta que as despesas com pessoal na administração pública para o total do ano são de 20,8 mil milhões de euros, o Estado economizaria 73,6 milhões de euros se a paralisação fosse total. Com uma adesão de 85%, o Estado deixa de pagar 62,5 milhões de euros".

Mas as "contas" do "merceeiro" João Duque não se ficam por aqui:

“No entanto, este efeito só seria positivo se apenas a administração pública parasse, porque "se Portugal parar, é negativo", alerta João Duque, salientando que há outras formas de manifestar descontentamento com as políticas do Governo, nomeadamente através do voto. Tanto mais que, neste caso, a greve "não vai alterar nada", porque as medidas de austeridade não poderiam ser muito diferentes das anunciadas e "só ajuda a enterrar mais o País", defende o presidente do ISEG”.

Para essa gente, protesto sim, mas no recato da mesa de voto…

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