( a vila piscatória de Lages, com o Pico ao fundo)
A pesca da baleia é uma actividade que, felizmente, foi limitada nos últimos anos.
Mas nem sempre foi assim e, durante muito tempo, foi uma das actividades economicamente mais rentáveis, levando quase à extinção dos cetáceos.
Os Açores eram, até há pouco tempo, conhecidos pela pesca da baleia que se diferenciava dessa actividade noutras partes do mundo pelo seu carácter quase artesanal, onde a luta entre o homem e a baleia era quase de igual para igual.
Há cem anos, na sua edição de 28 de Fevereiro de 1910, a revista Ilustração Portuguesa publicava uma interessante foto reportagem sobre esse tema, da autoria de Rodrigo Guerra.
São algumas das fotografias dessa reportagem que hoje aqui divulgamos.
Canoa baleeira construida na vila de Lages e que seria oferecida a D. Carlos pos ocasião da sua última visita aos Açores.
Canoas baleeiras rebocando um cachalote.
Duas baleias de "cem barris", preparadas para serem cortadas
Corte das baleias
Uma enorme boleia pouco depois de ser rebocada
A cabeça de uma baleia
Canoas regressando ao porto de Lages
Baleia de "cem barris" amarrada no local onde ía ser cortada
Fragmantos de baleias, prontas para serem derretidas, a entrar nas caldeiras.
Segundo o repórter Rodrigo Guerra, toda esta mortandade tinha como um dos objectivos a extracção do ambar gris para a produção de perfumes.
O autor da reportagem rematáva-a do seguinte modo:
"Mal imaginas tu, gentil mulher, ao apeares-te do teu automovel, e ao entrares no salão de S. Carlos, que o perfume evolado dos teus hombros nús, do teu cabello loiro, veiu do intestino do cachalote e dos resíduos da sua digestão!"
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