O Sociólogo António Barreto é também um fotógrafo sensível e informado.
Pela primeira vez tem lugar em Lisboa uma retrospectiva do seu trabalho fotográfico que pode ser visitado na Galeria Corrente d’Arte, reunindo um conjunto de mais de 40 fotografias, tiradas entre 1967 e 2010.
“Diz que precisa de calma para fotografar. Já tem máquinas digitais, mas continua a preferir as analógicas e o rolo a preto e branco. António Barreto, conhecido sociólogo, é também, há mais de 50 anos, um fotógrafo”, afirma a jornalista Maria João Costa da Rádio Renascença, a quem António Barreto concedeu uma entrevista sobre esse evento cultural e que será editada amanhã naquela emissora a partir das 23h00, no programa Ensaio Geral:
“Todos nós temos várias maneiras de memorizar: há a memória dentro da cabeça e dentro dos afectos, as memórias sensoriais, a memória do papel, dos livros e, agora, dos computadores. E há a memória das fotografias. É mais um registo, mais uma maneira de ter a sua própria memória”, diz à Renascença.
“São imagens recolhidas em Portugal, França, Suíça e muitos outros países por onde passou. “Creio que, olhando para trás, quando viajo fotografo com mais vontade – não é voracidade, porque não sou voraz a fotografar, sou muito lento a fotografar”, afirma.
“São também fotografias com alguma distância em relação às pessoas, por vezes pequenos pontos numa paisagem. “Fotografo com alguma distância em relação às pessoas e é uma opção deliberada. Não só pelo efeito de intrusão ou de agressão, mas também porque gosto de ver o sítio em que as pessoas estão”, explica.
“Exemplifica com uma fotografia que fez com “pessoas minúsculas”, famílias de mineiros, que estão a subir uma pequena colina, atrás da qual estão os Andes, com seis mil metros de altura. “A desproporção não é só para sublinhar a pequenez do homem, é também para sublinhar que o homem esteve em todos os sítios e fez tudo, inclusivamente cavar aquelas montanhas” (do texto da edição on-line da Rádio Renascença, da autoria de Maria João Costa).
Também o jornal Público, na sua edição on-line, disponibiliza alguns dos trabalhos dessa exposição que podem ser visto AQUI .
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