Pesquisar neste blogue

terça-feira, 30 de novembro de 2010

No 75º aniversário da Morte de Fernando Pessoa

Recordando Pessoa, por via do poema bem actual do seu heterónimo Alberto Caeiro:

Falas de civilização...



Falas de civilização, e de não dever ser,

Ou de não dever ser assim.

Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,

Com as coisas humanas postas desta maneira,

Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.

Dizes que se fossem como tu queres, seriam melhor.

Escuto sem te ouvir.

Para que te quereria eu ouvir?

Ouvindo-te nada ficaria sabendo.

Se as coisas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.

Se as coisas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.

Ai de ti e de todos que levam a vida

A querer inventar a máquina de fazer felicidade!


Alberto Caeiro

Sem comentários: