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terça-feira, 8 de junho de 2010

A "SEITA" que nos consome...

(cartoon de Berlich - El País)

Começa a tornar-se cada vez mais evidente que, mais do que os poderes legitimados democraticamente, existe um poder paralelo, uma "Seita", que nunca foi legitimado em urna, mas que possui uma gigantesca capacidade financeira para comprar e controlar o poder político e económico.

Os meios financeiros dessa “Seita”, tanto assentam na legítima reprodução da riqueza como, e cada vez mais, no branqueamento de capitais oriundo da fuga aos impostos, da exploração salarial, do crime organizado (venda de armamento, droga, prostituição), do crime ambiental e da corrupção.

A “Seita” aproveitou bem a crise, que ela provocou, para justificar o ataque ao mundo do trabalho e da produção (industria, comércio e agricultura) para impor preços baixos ao produtor e a redução dos salários, com o objectivo de aumentar os lucros dos seus membros e melhor controlar os sectores económicos produtivos e fazê-los pagar as enormes perdas financeiras que a sua ganância lhes provocou.

Por outro lado, a “Seita”, que controla um grande número de órgão de comunicação e escolas de economia, procura vender a ideia, repetida até à exaustão, do pensamento único , segundo o qual não existe alternativa ao “mercado” (leia-se, ao mercado especulativo da bolsa e dos bancos), ao corte nas despesas sociais e salariais e à redução do peso do Estado na sociedade e na economia.

Um pouco por toda a Europa, estamos a assistir à imposição do modelo económico-financeiro defendido pela “Seita “ que se aproveita, também, do facto da maior parte dos poderes europeus nunca terem sido legitimados pelo voto dos europeus .

Muitos daqueles que detém esse poder dependem política e financeiramente dos meios da “Seita”. É ela que lhes garante os ordenados e privilégios dados pelas suas funções. É ela que lhes garante os meios de poderem continuar a ter poder.É ela que lhes pode garantir o futuro.

A “seita” tem várias cabeças, aquelas que se conhecem, por vezes tentando devorar-se umas às outras, mas muitas que se desconhecem, que agem na sombra dos gabinetes e do tráfico de influências.

As cabeças visíveis da “seita” chamam-se Banco Central Europeu, Comissão Europeia, Grupo Bilderberg, FMI, Banco Mundial, Opus Dei, Maçonaria, e, embora aparentemente tão diferentes entre si,  estão todas ligadas pelo mesmo “corpo neo-liberal” e coração "neo.conservador".

É tempo de todas as forças políticas, sindicais, culturais e produtivas da Europa, que não se identificam como o ideal da “Seita”, se começarem a organizar e responderem, de modo concertado e a nível global, à “guerra civil” lançada pela “Seita” contra quem trabalha , quem cria e quem produz.

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