(cartoon de Nando do "El Periódico")
Abrir um banco.
Pedir um empréstimo à Banca Mundial para poder bombardear os consumidores com ofertas de crédito fácil.
Com os lucros, comprar jornais e televisões, incentivar o Estado a investir em obras públicas, as necessárias e, principalmente, as desnecessárias, através das parcerias público-privadas, controlar financeiramente empresas estratégicas privatizadas ao desbarato, e, se os lucros ainda não chegarem, branquear dinheiro sujo em off-shores.
Quando a bolha rebentar exigir aos estados, primeiro uma ajuda para evitar a falência, à custa do aumento do buraco financeiro do Estado e dos contribuintes, depois, porque isso vai agravar a situação do país entre as empresas de rating, e logo os juros vão subir, exigir contenção ao mesmo Estado, que se endividou para salvar o sector financeiro, através do saque dos salários e do aumento dos impostos de quem trabalhar, para que as empresas de rating abrandem a pressão sobre a subida dos juros, para conseguirem pagar a divida à Banca Mundial.
Porque as pessoas não são estúpidas, é preciso fazer repetir até à exaustão, através de comentadores que recebem o salários dos jornais e televisões que controlam, a ideia de que é preciso reduzir os salários (que já são os mais baixos da zona euro), conter os gastos sociais, aumentar os impostos sobre o trabalho, de modo a que a mentira rapidamente se torne verdade e se crie o clima propício a essas medidas, descendo-se assim o déficit que a ajuda ao sector financeiro agigantou.
Depois, com ou sem FMI, as empresas de rating lá voltarão a aliviar a pressão sobre os “mercados” e os juros da dívida dos bancos voltarão a descer e estes podem voltar a bombardear os consumidores com propostas de crédito fácil e barato, até criarem uma nova bolha, e assim sucessivamente.
Entretanto todos vamos ficando cada vez mais pobres e endividados.
Até Quando?
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