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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

COVID-19 – Outra Maneira de Olhar para os Números (22ª artigo)- evolução mensal [Janeiro] (entre 31 de Dezembro de 2020 e 31 de Janeiro de 2021).

Voltamos hoje à divulgação de dados sobre a evolução mensal do Covid-19 no mundo.

Depois de termos interrompido esta rubrica, durante 2 meses, tendo sido editada pela última vez no final de Novembro, voltamos, num período em que a situação epidemiológica se agravou bastante em Portugal e em grande parte da Europa.

Há pouco mais de um mês começaram a ser ministrada as primeiras vacinas, mas, por enquanto, a um número muito limitado de pessoas e sem reflexos na evolução da situação.

Os dados têm por base a informação da OMS referente ao dia 31 de Janeiro de 2021, com a excepção dos dados referentes à totalidade da União Europeia, estes incluindo a Grã-Bretanha e referentes apenas às 3 primeiras semanas de Janeiro e retirados do site do Centro Europeu para Controle e Prevenção de Doenças (ECDPS), dados estes menos actualizados e mais imprecisos, como veremos em baixo.

Tal com anteriormente, continuamos a ter por base o registo de dados de um grupo de 35 de países.

Sublinhamos todos os países deste grupo com uma população equivalente á portuguesa (entre 8 e 12 milhões de habitantes).

(Podem clicar AQUI para poderem consultar os 21 post’s anteriores).

Como veremos, este foi, até agora, desde o início da epidemia, o mês mais trágico, pelo menos no continente Europeu.

Começamos, como é habitual, pela lista do número de mortos registados até à data de 31 de Janeiro, embora os dados possam ter um atraso de um ou dois dias:

TOTAL DE MORTOS POR COVID-19 em todo o MUNDO – 2 205 515 (1 798 050 no final do ano de 2020).

União Europeia [27+RU] – 449 395;

Estados Unidos – 433 173;

Brasil – 222 666;

Índia – 154 274;

Reino Unido – 103 126;

Itália – 87 858;

Rússia – 72 697 (subiu 3 lugares);

França – 75 224;

Irão – 57 889;

Espanha – 57 806;

Alemanha – 56 545 (subiu 2 lugares);

África do Sul – 43 633;

Turquia – 25 736 (subiu 1 lugar);

Bélgica – 21 018;

Canadá – 19 801;

República Checa –16 221 (subiu 1 lugar)

Holanda – 13 872;

PORTUGAL – 11 886 (6 836 no final do ano) (subiu 2 lugares e ultrapassa a média mundial por país);

Suécia – 11 591 (mantem posição mas ultrapassa a média mundial por país);


MÉDIA MUNDIAL POR PAÍS – 11 310 (9 220 no mês anterior); 

 

Suíça – 8 601 (subiu 1 lugar);

Áustria –  7 605 (subiu 1 lugar);

Grécia – 5 764 (subiu 2 lugares);

Japão – 5 654 (subiu 2 lugares);

China – 4 823;

Israel – 4 562;

Irlanda – 3 214;

Dinamarca – 2 084 (subiu 1 lugar);

Palestina – 2 010 (subiu 1 lugar);

Coreia do Sul – 1 426 (subiu 1 lugar);

Austrália – 909 (= ao mês anterior);

Finlândia – 671;

Noruega – 563 (subiu 1 lugar);

Angola – 464;

Cuba – 213;

Islândia – 29 (= ao mês anterior).

Nova Zelândia – 25 (= há 4 meses);

A Vermelho assinalamos os países que registaram uma subida de posição no trágico “ranking” da mortalidade, nos dois últimos meses (entre 30 de Novembro de 2020 e 31 de Janeiro de 2021).

Apresentamos agora, pela primeira vez, o número de mortos registado em cada um desses países ao longo do mês de Janeiro, mostrando quais os mais atingidos no primeiro mês do ano, ate agora o pior pico desde que a epidemia se iniciou:

TOTAL MUNDIAL registado só no mês de Janeiro de 2021 – 407 465;

Estados Unidos da América – 97 384;

Reino Unidos – 30 578;

Brasil – 29 985;

Alemanha – 23 475;

União Europeia – 21 597 (?) (este número está incorrecto (bastando somar os números de alguns dos países da UE aqui registados. É o que temos);

Rússia – 15 678;

África do Sul – 15 600;

Itália – 14 254;

França – 11 220;

Espanha- 7 364;

Índia – 5 536;

Turquia – 5 094;

PORTUGAL – 5 036;

República Checa – 4 631;

Canadá – 4 423;

Suécia – 2 864;

Irão – 2 794;

Holanda – 2 542;

Japão – 2 240;

Suíça – 1 629; 

Bélgica – 1 577;

Áustria – 1 519;

Israel – 1 284;

Irlanda – 988;

Grécia – 976;

Dinamarca – 828;

Coreia do Sul – 520;

Palestina – 510;

Noruega – 127;

Finlândia – 115;

Cuba – 68;

Angola – 65;

China – 35;

Austrália – 0;

Nova Zelândia – 0;

Islândia- 0.

Portugal registou, no mês de Janeiro, o seu pior resultado de sempre. Mesmo assim está ligeiramente acima do meio da tabela dos 35 países de referência e não é o pior da Europa, em números absolutos.

O número acumulado de mortos não nos permite, só por si, observar o ritmo de crescimento da mortalidade.

Em baixo registamos o crescimento percentual de mortes registadas ao longo deste mês de Janeiro, podendo observar os países onde esse crescimento é maior, mais rápido e mais preocupantes e aqueles que registam um maior abrandamento (entre parênteses, velocidade de crescimento no último mês registado por nós, o de Novembro de 2020).

A vermelho assinalamos os países que passaram para um patamar pior do que aquele em que estavam no mês de Novembro, e, a verde, os que desaceleraram, descendo de patamar. A preto os que se mantiveram no mesmo patamar do mês anterior.

Situação “descontrolada”

(crescimento mensal da mortalidade acima dos 50%):

PORTUGAL – 73,96 (82,33);

Alemanha – 70,96 (57,02);

Japão – 65,61 (20,74) (subiu…16 lugares);

Dinamarca – 65,42 (15,78 );

Coreia do Sul –57,77 (13,36);

África do Sul – 55,64 (12,06);

Velocidade de crescimento “preocupante”

(entre 20% e 50%):

Cuba – 46,89 (4,68 );

Irlanda –44,38 (7,88 );

Reino Unido – 42,14 (26,74);

República Checa – 39,99 (184, 34);

Israel – 39,17 (12,96);

Palestina –  34 (45,93);

Suécia – 32,81 (12,58 );

Noruega – 29,12 (16,72);

Estados Unidos – 29,00 (16,18);

Canadá- 28,76 (18,88 );

Rússia – 27,49 (44,25);

Áustria – 24,95 (172,93 );

Turquia- 24,67 (34,25 );

Suíça – 23,36 (113,50);

Holanda – 22,43 (28,63);

“Velocidade” média MUNDIAL – 22,66 (23,16);

Finlândia – 20,68 (11,01);

Grécia- 20,38 (277,39);

Evolução “lenta”, mas ainda perigosa

(entre 10 e 20%):

Itália – 19,36 (44,02);

França – 17,53 (45,48);

Angola – 16,29 ( 25,81);

Brasil – 15, 56 (5,98);

Espanha- 14,59 (25,33);

Ritmo aceitável, mas ainda não controlado (crescimento entre 5 e 10%):

Bélgica – 8,11 (46,33);

Irão – 5,07 (38,85);

UNIÃO EUROPEIA – 5,04 (?) (46,87);

A caminho da “extinção” (abaixo de 5%):

Índia – 3,72 (12,74 );

China – 0,79 (0,08);

Islândia – 0 (116,66);

Austrália – 0 (0);

Nova Zelândia – 0 (0);

A mortalidade a nível mundial continua preocupante, com uma ligeira desaceleração.

Portugal lidera a lista, encontrando-se no pior patamar pelo 3ª mês consecutivo, embora regista uma velocidade ligeiramente menor que em Novembro, o que se pode explicar pela base de incidência de mortalidade ser menor em Outubro.

O pico vivido em Portugal já foi vivido por outros países, mas noutros períodos, e é um dado conjuntural.

Apesar da pressão desses picos sobre os sistemas de saúde dos países, o balanço final vai depender de uma análise mais estrutural, aquela que fazemos em baixo.

Começamos por  observar a percentagem de falecidos em relação ao total de infectados, que pode ser revelador da melhor ou da pior resposta do Sistema de Saúde de cada país, da melhor ou pior actuação das autoridades, sem esquecer ainda outros factores que podem interferir, como a capacidades imunológicas da população, hábitos, envelhecimento, clima ou genética.

Mesmo assim estes dados devem ser visto com alguma reserva, já que a forma correcta de aferir a resposta do sistemas de saúde era analisar a realação entre internados e falecidos e não aquela que é possível, a relação entre infectados registados e óbitos. O número de infectados depende em parte dos critérios de registo, que diferem entre países, podendo condicionar essa análise.

Situação “negativa e trágica”

(mortalidade acima dos 10% dos infectados):

Situação “preocupante”

(entre os 5 e os 10%):

(nenhum dos países observados está, por agora, nesta situação).

Situação “aceitável” (entre 5 e 2,5%) :

China – 4,78 de mortos em relação ao número de infectados registados;;

Irão – 4,10%;

Itália – 3,98;

Grécia – 3,70; BCG

Austrália – 3,15;

África do Sul – 3.02;

Bélgica – 2,98;

Reino Unido – 2,75;

Canadá – 2,56;

Alemanha – 2,56;

Situação “boa” (abaixo de 2,5%):

Brasil – 2,44;

França – 2,42;

Média da União Europeia (27+1 RU) – 2,38;

Angola – 2,35;

Média MUNDIAL – 2,16;

Espanha – 2,13;

Suécia – 2,04;

Rússia – 1,89;

Áustria – 1,86;

Coreia do Sul – 1,81;

PORTUGAL– 1,69; BCG

Irlanda – 1,65; BCG

Suíça -1,65;

República Checa – 1,65; BCG

Estados Unidos – 1,62;

Finlândia – 1,51;

Japão – 1,46;

Índia – 1,43;

Holanda – 1,42;

Nova Zelândia – 1,28;

Palestina – 1,12;

Dinamarca – 1,05;

Turquia – 1,04;

Noruega – 0,90; BCG

Cuba – 0,82;

Israel – 0,74;

Islândia – 0,48; BCG

Ao contrário dos quadros anteriores, este é um dos que, em média, a nível mundial, tem evoluído positivamente, mostrando que o aumento e aceleração de casos nesta terceira vaga não está a provocar tanta mortalidade como a primeira, na relação com o aumento de casos, talvez porque a média etária de infectados é agora mais baixa.

Este é um dos quadros que melhor consegue aferir sobre a eficácia na resposta à crise.

Neste caso é positiva a posição de Portugal, melhor que  a média Europeia e Mundial e do que muitos países com um sistema de saúde mais forte. Contudo, a situação pode agravar-se se, nos dois próximos meses, se mantiver a grave situação vivida desde Novembro.

Apesar de uma população envelhecida, de ilhas de pobreza, de um sistema de habitação em situação crítica, da tentativa de destruição do Sistema Nacional de Saúde nos tempos da Troika, do corporativismos das ordens dos médicos e dos enfermeiros, impedindo e dificultando o rápido reconhecimento de médicos e enfermeiros estrangeiros e a abertura de vagas em Universidades, comparativamente com a situação de países mais ricos e em situação mais favorável, é caso para dizer que, até agora, apesar de tudo, Portugal é um dos países mais resilientes ao efeito da pandemia.

Pensamos que será o resultado deste ranking, quando estiver tudo devidamente contabilizado e ultrapassada a pandemia, que nos vai mostrar a verdadeira dimensão da eficácia da resposta de cada país a esta crise, e Portugal, por enquanto, parece ser um dos que se está a sair melhor na resposta à crise.

Outro critério, o usado para classificar a situação conjuntural das regiões e dos países, é a evolução quinzenal da relação de infectados  por 100 mil habitantes.

Aqui propomos fazer um balanço dessa situação, mas em relação ao  acumulativo da mortalidade, isto é, o número de óbitos no conjunto de 35 países analisado, desde o inicio da pandemia, por 100 mil habitantes, o que dá uma perspectiva mais realista da gravidade da situação e da proporcionalidade entre países com dimensão demográfica diferente:

Bélgica – 183, 48 óbitos por 100 mil habitantes;

Reino Unido – 156,15;

República Checa- 151,59;

Itália – 145,48;

Estados Unidos – 131,78;

Espanha – 123,69;

PORTUGAL – 115, 49;

Suécia – 113, 37;

França – 112, 28;

Brasil – 105,95;

Suíça – 104,16;

UNIÃO EUROPEIA – 100, 47;

Áustria- 85,63;

Holanda – 79,47;

África do Sul – 74,23;

Irão – 70,41;

Alemanha – 68,14;

Irlanda – 66,17;

Grécia- 53,60;

Canadá – 52,08;

Israel-49,62;

Rússia- 49,53;

Finlândia- 42,15;

Palestina – 40,36;

Dinamarca- 35,89;

Turquia- 30,94;

MUNDO – 28, 62;

Índia – 11,32;

Noruega- 10,48;

Islândia- 7,92;

Japão – 4,48;

Austrália – 3,53;

Coreia do Sul – 2,74;

Cuba-1,90;

Angola – 1,49;

Nova Zelândia – 0,50;

China – 0,34;

A situação em Portugal agravou-se nos dois últimos meses. No geral é na Europa que se vive a pior situação. Mas esta situação pode alterar-se ao longo dos próximos meses. Este gráfico só voltará a ser por nós actualizado em finais de Março.

Sem mais comentários, fiquem com os dados e tirem as vossas conclusões.

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