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sexta-feira, 20 de setembro de 2019

ELISA FERREIRA : “Não havia necessidade!!!”



Nos últimos tempos tem sido notícia a promiscuidade familiar na vida política, ou entre a politica e o mundo “empresarial”.

Nem uma politica, com a marca da competência e capacidade, como Elisa Ferreira, parece escapar à “moda”.

De facto, a nomeação de Elisa Ferreira como Comissária Europeia parecia caminhar para um “final feliz”.

Figura competente na área da gestão, aparentemente afastada da pequena intriga política e de “mãos limpas”,  tudo parecia “talhado” à medida de um futuro político promissor.

Eis senão quando, no “melhor pano cai a nódoa”.

Descobriu-se que Elisa Ferreira é, por “coincidência”, casada como o presidente de uma CCR, a do Norte, que gere naquela região os fundos estruturais europeus, cuja distribuição e montante vão passar a ser decidido, na Comissão Europeia…por Elisa Ferreira.

Claro que Portugal é um país pequenino, onde é difícil que todos não sejamos, no mínimo, “primos afastados” uns dos outros ou não conheçamos alguém com influência politica, com quem nos cruzamos na escola, na vizinhança ou na “associação”.

Mas parece que a acumulação de casos de promiscuidade familiar na vida politica começa a ser preocupante.

Além disso Elisa Ferreira também se esqueceu que era accionista, embora minoritária, de uma grande empresa portuguesa, a Sonae, que é considerada lobista por aquela comissão e recebe fundos europeus, os tais que vão passar pela decisão de Elisa Ferreira.

Claro que a mesma se apressou a vender as acções, mas foi pena que só o tivesse feito quando o caso veio a público, o que revela muita “distracção” por parte de alguém com uma imagem de competência como Elisa Ferreira.

Claro que todo este caso é um pequeno caso, no seio de casos muito mais graves que são conhecidos todos os dias.

Elisa Ferreira parecia ser um lufada de ar fresco no seio de uma Comissão Europeia que não augura nada de bom, quando criou uma pasta com o ridículo nome de “Proteger o nosso modo de vida na UE” (!!!!), manteve o tenebroso senhor Dombrovkis numa pasta com o pomposo nome de “economia que funciona para os cidadãos”, ele que, transitando da anterior comissão, provou que os únicos “cidadãos” que conhece e defende são os grandes gestores financeiros, ainda por cima acumulando com a vice-presidência, criou outra pasta com um nome pomposo de “Democracia e demografia”, entregue a uma comissária, a croata Dubravka Suica que, no Parlamento Europeu, sempre protegeu a Hungria de Órban, de cada vez que alguns deputados pretenderam condenar as violação ao Estado de Direito por parte do governo húngaro, ou, pior ainda, colocou como comissária para o “alargamento” a antiga ministra da justiça de Órban, responsável no seu país pelos maiores ataques à independência do poder judicial.

Afinal, de acordo com as novas revelações, Elisa Ferreira talvez não esteja a destoar assim tanto no “retrato de família” (sem ironia) da Comissão Europeia.

Até porque, mais importante do que as pessoas, o que interessa aos cidadãos, em relação à composição da Comissão Europeia é saber quais a s políticas e estas parecem ir na continuidade do ataque generalizado aos direitos socias dos cidadãos europeus, favorecendo o corrupto sector financeiro.

Enfim, mais do mesmo!

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