Se existem países actuais aos quais se pode aplicar a classificação de
Estados Totalitários, eles são, sem qualquer dúvida, a Coreia do Norte e a
Arábia Saudita.
A principal diferença entre a forma como esses países olhados reside no
facto de um ser extremamente pobre e outro extremamente rico, para além do
tratamento das mulheres também ser diferente.
Outra semelhança entre esses dois estados governados por criminosos
reside no seu poderio militar.
Contudo, se, até hoje, apesar das ameaças constantes, a Coreia do Norte
nunca ter usado o seu poder militar contra outro Estado, pelo contrário a
Arábia Saudita tem-se envolvido nalgumas das mais criminosas intervenções
militares, de que é exemplo máximo a sua
sangrenta intervenção no Iémen.
Também o modo como esses países tratam os dissidentes não difere muito,
não hesitando em recorrer à eliminação física dos mesmos, como aconteceu
recentemente com o assassinato de um irmão do ditador norte coreano ou com um
intelectual saudita dissidente, morto, com laivos de extrema crueldade, no
interior da embaixada saudita em Istambul.
Contudo, a imagem que o cinema de Hollywood dá desses dois países
desumanos é diferente. Os norte-coreanos surgem sempre por detrás do terrorismo
internacional. Contudo, também nesse ponto, a realidade se tem revelado
diferente. Nos maiores actos do terrorismo internacional das ultimas duas
décadas têm estado sempre envolvidos cidadãos da Arábia Saudita. Por detrás do
Estado Islâmico ou da Al Qaeda estão sunistas sudaneses e não deixa de ser
significativo que, no Iémen, exista uma colaboração clara entre os terroristas
da Al Quaeda e o exército saudita.
Se é condenável o ataque de rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão na guerra
do Iémen, contra instalações petrolíferas no interior da Arábia Saudita, acto
de retaliação, defendem esses rebeldes, pelos crimes sauditas no Iémen, é de facto
diferente esse acto, causando danos materiais, da destruição de hospitais,
escolas, depósitos de àgua, perpetrados pela coligação internacional liderada
pela Arábia Saudita junto das populações que vivem e apoiam os Huthis.
A Arábia Saudita não merece qualquer crédito ou confiança para liderar
um inquérito àqueles ataques e esperamos que, mais uma vez, a comunidade
internacional não caia na esparrela de dar crédito a esse inquérito, conduzido
pelos sauditas e pelos Estados Unidos, o seu principal aliado e fornecedor de
armamento.
Se Bush filho tinha uma obsessão pelo Iraque de Sadam, com o resultado
conhecido, Trump tem uma obsessão pelo Irão.
Durante décadas o Iraque do ditador Sadam foi armado pelo ocidente para
combater o Irão, sendo descartado quando os seus crimes se tornaram demasiado
evidentes.
Agora armam o estado pária da Arábia Saudita com o mesmo objectivo,
esquecendo-se que, por mais do que uma vez, os interesses militares e
financeiros sauditas não hesitaram em apoiar, mesmo que indirectamente, o
Estado Islâmico ou a Al Qaeda, que tanto mal têm feito ao mundo ocidental.
A Arábia Saudita é um Estado pária que convém a algumas forças
políticas regionais e ocidentais , aos
interesses petrolíferos, ao poder financeiro e ao negócio de armamento.
Tanto ou mais que o Irão, se há Estado que já mostrou mais uma vez que
merecia sofre todo o tipo de sanções da comunidade internacional é o criminoso
reino saudita.
Espera-se que a história não se repita e o Ocidente não cai noutra
esparrela que leve o Médio Oriente a uma situação ainda pior do que aquela que
foi criada no Iraque e nos países vizinhos com a conveniente colaboração dos
Estados Unidos e Israel.
Um Estado pária, que não respeita os mais elementares direitos humanos
e se envolve em guerras criminosas, é sempre um Estado pária, seja qual for a
sua cor política e o seu poder económico.
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