Chegou hoje ao fim a consulta pública ao estudo de impacto ambiental da
instalação do novo aeroporto do Montijo.
Não é preciso saber muito da “coisa” para perceber que a opção do
Montijo, para instalar um novo aeroporto internacional que complemente o superlotado
aeroporto de Lisboa, é uma das maiores asneiras e um dos maiores crimes
ambientais a perpetra pelo actual poder político, para além dos riscos que a
existência de aves de grande porte nessa zona vai acarretar para o crescente trafego
aéreo naquela zona do Tejo.
Além disso, o aumento de tráfego aéreo na região de Lisboa corresponde
a uma situação conjuntural do aumento do Turismo.
Também se conhecem os custos ambientais do transporte aéreo, e, a
prazo, vão ter de ser tomadas medidas para o limitar e para o substituir pelo
TGV ou por transportes públicos
ambientalmente mais eficientes.
Aliás, o TGV já é uma alternativa em quase toda a Europa, sendo
Portugal um dos poucos países da Europa que está fora de uma rede ferroviária
mais rápida e eficiente.
Claro que o erro começou nos tempos do cavaquismo, quando os fundos
europeus se esbanjaram em betão e autoestradas, ao mesmo tempo que de destruía
uma rede ferroviária que, apesar de tudo já abrangia quase todo o país.
O que se fez foi desinvestir e encerrar ferrovias, incentivando os
cidadãos a usarem o automóvel particular, como todos os custos ambientais e
económicos que estamos agora a pagar.
Ganharam a Alemanha, a França e as grandes empresas petrolíferas,
perdeu o ambiente e a economia do país.
Além disso, o novo aeroporto não se destina a substituir o de Lisboa,
cada vez mais superlotado, mas apenas a complementá-lo, o que quer dizer que,
se o tráfego aéreo diminuir, por razões económicas, ambientais, de segurança ou
pela redução do turismo, o novo aeroporto vai tornar-se mais um elefante branco
no meio de uma paisagem protegida.
Mesmo que se provasse que o aumento de tráfego aéreo implicava a
existência de um novo aeroporto, seria mais económico, mais seguro e
ambientalmente mais sustentável aproveitar as estruturas que já existem no
desaproveitado aeroporto de Beja, complementando com uma rede ferroviária mais
rápida.
A sua localização podia apoiar as necessidades do aeroporto de Lisboa e
do aeroporto de Faro e servir de apoio a necessidades da zona portuária de
Sines.
Enfim, mais um elefante branco, que todos vamos pagar, não só do ponto
de vista económico, mas também ambiental e de segurança.
Várias associações ambientais já reprovaram o parecer, o mesmo
acontecendo com a Câmara da CDU da Moita. Só duas câmaras do PS, a do Montijo e
a do Barreiro, aprovaram esse crime ambiental. Porque terá sido?
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