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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Aeroporto do Montijo – Crime ou Asneira Ambiental? (...ou ambos!)



Chegou hoje ao fim a consulta pública ao estudo de impacto ambiental da instalação do novo aeroporto do Montijo.

Não é preciso saber muito da “coisa” para perceber que a opção do Montijo, para instalar um novo aeroporto internacional que complemente o superlotado aeroporto de Lisboa, é uma das maiores asneiras e um dos maiores crimes ambientais a perpetra pelo actual poder político, para além dos riscos que a existência de aves de grande porte nessa zona vai acarretar para o crescente trafego aéreo naquela zona do Tejo.

Além disso, o aumento de tráfego aéreo na região de Lisboa corresponde a uma situação conjuntural do aumento do Turismo.

Também se conhecem os custos ambientais do transporte aéreo, e, a prazo, vão ter de ser tomadas medidas para o limitar e para o substituir pelo TGV ou por transportes públicos  ambientalmente mais eficientes.

Aliás, o TGV já é uma alternativa em quase toda a Europa, sendo Portugal um dos poucos países da Europa que está fora de uma rede ferroviária mais rápida e eficiente.

Claro que o erro começou nos tempos do cavaquismo, quando os fundos europeus se esbanjaram em betão e autoestradas, ao mesmo tempo que de destruía uma rede ferroviária que, apesar de tudo já abrangia quase todo o país.

O que se fez foi desinvestir e encerrar  ferrovias, incentivando os cidadãos a usarem o automóvel particular, como todos os custos ambientais e económicos que estamos agora a pagar.

Ganharam a Alemanha, a França e as grandes empresas petrolíferas, perdeu o ambiente e a economia do país.

Além disso, o novo aeroporto não se destina a substituir o de Lisboa, cada vez mais superlotado, mas apenas a complementá-lo, o que quer dizer que, se o tráfego aéreo diminuir, por razões económicas, ambientais, de segurança ou pela redução do turismo, o novo aeroporto vai tornar-se mais um elefante branco no meio de uma paisagem protegida.

Mesmo que se provasse que o aumento de tráfego aéreo implicava a existência de um novo aeroporto, seria mais económico, mais seguro e ambientalmente mais sustentável aproveitar as estruturas que já existem no desaproveitado aeroporto de Beja, complementando com uma rede ferroviária mais rápida.

A sua localização podia apoiar as necessidades do aeroporto de Lisboa e do aeroporto de Faro e servir de apoio a necessidades da zona portuária de Sines.

Enfim, mais um elefante branco, que todos vamos pagar, não só do ponto de vista económico, mas também ambiental e de segurança.

Várias associações ambientais já reprovaram o parecer, o mesmo acontecendo com a Câmara da CDU da Moita. Só duas câmaras do PS, a do Montijo e a do Barreiro, aprovaram esse crime ambiental. Porque terá sido?

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