Do total fracasso, a roçar o ridículo, da manifestação dos “coletes
amarelos”, não saíram apenas derrotados os seus promotores.
Em primeiro lugar saiu derrotada a extrema-direita portuguesa, ficando
à mostra a sua verdadeira dimensão.
Em segundo lugar, saiu derrotada a bazófia de utilizadores das redes
sociais, (tão caladinhos agora) que pensavam que bastava destilar ódio, intolerância
e demagogia, em doses cavalares, para conseguir mobilizar os portugueses.
Em terceiro lugar saíram derrotados os que andavam a apregoar a
decadência da mobilização sindical, acreditando que bastava gritar contra tudo
e contra todos para conseguir mobilizar manifestantes.
Em quarto lugar saiu derrotada a comunicação social, sempre tão pronta
a desvalorizar reivindicações sindicais, profissionais e sociais, mobilizando
desta vez grande parte do seu espaço para amplificar uma manifestação de dimensões
ridiculas, mostrando-se quase tão desesperada com o resultado da manifestação
como os próprios promotores.
Mas sairão igualmente derrotados, a prazo, aqueles que, perante o
fracasso desta manifestação, pensam que tal desaire significa que muitas das
reivindicações e protestos, usados de forma demagógica e oportunista pelos
promotores, não têm um fundamento de verdade.
A democracia ganhou esta batalha contra a demagogia, mas tem muitas
outras batalhas pela frente.
A democracia é frágil e, se quer sobreviver, tem de combater eficazmente
as desigualdades, a corrupção, a pobreza e todo o tipo de injustiças sociais,
ou a demagogia ganhará espaço para voltar com mais força.
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