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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

“Crescimento”



É a palavra mais usada por políticos e economistas.

É de tal modo uma palavra “mágica” que existe um exército de técnicos e de instituições só para o estudar e o prever.

Interrogo-me muitas vezes se “crescer” em termos económicos e em quantidade é mesmo o grande objectivo civilizacional da humanidade, uma justificação para um desordenado crescimento do consumo que alimenta a máquina “capitalista”, onde somos alegremente triturados.

Pergunto-me também se é possível continuar a “crescer” sem destruir definitivamente, não só os equilíbrios sociais, como, e principalmente, o ambiente e a natureza.

Para mim “crescer” pode ser aceitável se tiver como objectivo melhorar a nossa saúde, a nossa educação, a nossa compreensão dos outros e do mundo, a nossa cultura e o nosso conhecimento, combater as desigualdades, melhorar as nossas condições de vida e, principalmente, acentuar o urgente e necessário equilíbrio entre nós e o ambiente natural que nos rodeia.

Ora, não me parece que seja isso que está na base do uso conceito de “crescimento” saído da boca e da pena de economistas, políticos e comentadores , conceito usado apenas para defender os apelos cada vez mais selvagens ao consumo desenfreado (tão comum nesta descaracterizada época “natalícia”), para o saque descontrolado de recursos naturais, e para acentuar desigualdades socias, desrespeito todas as formas de vida humana ou animal que não se enquadrem no modelo económico neoliberal.

E assim, em contínuo “crescimento” cá vamos alegremente caminhando e consumindo para o  abismo ambiental e civilizacional...

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