O mundo económico e financeiro vive hoje de previsões.
Ditas “científicas”, é com base nessas previsões que se tomam decisões
de gestão e programação.
Até qui, nada a reparar, a não ser que, verdade de La Palice, previsões
são previsões e um bom gestor ou um bom economista, servindo-se delas, não as
encara como uma verdade absoluta e tem em consideração a sua própria
experiência e uma dose de perspicácia e bom senso.
O problema é quando essas “previsões” servem de desculpa para tomada de
decisões politicas de efeito estrutural ou como arma de arremesso de propaganda
politica e ideológica, que é o que se vê, cada vez mais, por essa Europa fora,
com os resultados conhecidos.
E aqui entram os “comentadeiros” do costume, sempre cheios de certezas,
ainda maiores se servidas por bem elaborados gráficos estatísticos com base nas
ditas “previsões” de instituições “credíveis”.
Sempre ouvi dizer que uma estatística “bem torturada” dá sempre o
resultado que pretendemos.
Não deixa de ser curioso que a maior parte de tão “credíveis” instituições
não conseguiram prever a crise financeira de 2008 nem, por cá, a situação da
banca portuguesa que levou à falência fraudulenta de alguns desses bancos e à
intervenção “salvadora” nos que sobreviveram, à`custa do bem estra de todos os
cidadãos.
E, porque uma previsão é…uma previsão, ainda menos se entende o
desvarios dos “comentadeiros” quando o Banco de Portugal faz uma previsão
diferente da do governo em….2 décimas!!!!
Uma previsão, porque é uma previsão, tem sempre uma margem de erro.
Uma coisa é falarmos numa diferença de um ou dois dígitos…outra é falar
em diferença de décimos ou milésimos.
E outra coisa é falarmos em “previsões”, outra de dados reais e
definitivos.
É como aqueles “comentadeiros”
em noite eleitoral que, principalmente quando isso lhes convém ideológica e
politicamente, passam a noite a comentar sondagens à boca das urnas, mesmo
quando já se começam a conhecer resultados reais e definitivos, que muitas vezes desmentem ou se
afastam significativamente do resultado de tais sondagens…
Penso que, assim como se paga, e bem, a instituições para fazer
previsões financeiras e económicas, se devia penalizar fortemente essas instituições
pelos erros de previsão, pelo menos quando esses erros justificam medidas
politico/ideológicas que têm repercussão negativa na vida das pessoas.
Também devia existir uma entidade independente que comparasse as
previsões feitas por essas instituições com os resultados reais,
classificando-as de acordo com a sua credibilidade.
Talvez, assim, as “previsões” deixassem de ser arma de arremesso ideológico
ou politico e fossem, na sua maioria, encaradas como a quilo que muitas vezes
são, simples actos de …bruxaria!
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