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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

As “vantagens” de Trump.


E se o “trumpismo” não nos trouxesse apenas um mundo mais negro e desumano?
E se houvesse vantagens na Era Trump, como uma espécie de vacina contra o populismo e o neoliberalismo?
Á partida há quem saia beneficiado: os cartoonistas:estes têm “pano para mangas” e tema para explorar por quatro anos.
Mas a Europa também pode sair beneficiada, unindo-se em defesa do verdadeiro liberalismo ( renegando de vez essa caricatura ridícula e perniciosa que dá pelo nome de neoliberalismo), em defesa das minorias, em defesa do Estado Social, em defesa da igualdade de direitos, em defesa dos direitos humanos, para combater as ideias absurdas de Trump. Claro que para isso será necessário varrer os actuais lideres das instituições europeias, sempre pronto a negociar ou condescender com os projectos populistas de Trump se isso se  lhes der lucro, ou por mera cobardia política.
Foram os actuais líderes da União Europeia (juntamente com o poder financeiro mundial) que deram argumento ao populismo e lançaram para os braços da extrema-direita populista  uma parte considerável dos cidadãos europeus, quando lançaram o norte contra o sul, tentaram destruir o Estado Social, retiraram direitos a quem trabalha, aumentaram a desigualdade entre ricos e pobres, desvalorizaram salários e pensões, para salvar o negócios obscuros da banca e do mundo financeiro.
Outra vantagem é aproveitar a retórica trumpista contra a globalização e forçar uma mudança nas relações económicas e financeiras em que assentou, durante as últimas décadas,  o actual modelo de globalização.
Um mundo globalizado não pode ser um mundo da pura selvajaria humana, ambiental e económica criado por este modelo de globalização.
Existem alternativas ao actual modelo de globalização que não seja o nacionalismo proposto por Trump e pelos seus seguidores europeus.
O actual modelo de globalização está ferido de morte pelas atitudes de Trump, mas tem de ser substituído por outro, ou cairemos todos no ódio e na intolerância nacionalista para onde o novo presidente norte americano pretende levar-nos.
A alternativa passa por reformar e reforçar o poder e a influência de organizações internacionais, com a ONU à cabeça, mas que deve ter em conta recomendações a acções da OMT, UNICEF, OMS, UNESCO, entre tantas outras.
O poder financeiro deve submeter-se à melhoria das condições de vida das populações e das condições ambientais do planeta e por isso é preciso reformar o FMI, o Banco Mundial, e quejandos, varrendo-as da influência dos actuais burocratas que as lideram, meros empregados do grande poder financeiro.
A alternativa passa também por rever as regras do comércio mundial, combatendo o dumping social. Aqui a Europa pode dar o exemplo, desfazendo os paraísos fiscais que ainda existem no seu solo, obrigando quem exporta para Europa a cumprir requisitos ambientais, socias e fiscais, idênticos àqueles que são exigidos aos cidadãos e empresas europeias, combatendo a desigualdade nas suas mais variadas vertentes e reforçando a Europa Social.
Sé assim a Europa pode, mais uma vez, ser a alternativa aos modelos desumano que Putin, Trump, a ditadura chinesa e o corrupto sistema financeiro mundial pretendem impor aos cidadãos do mundo.
Só assim a Europa pode fugir a uma nova partilha em zonas de influência que esses mesmos modelos ambicionam.
Mas para isso é necessário alterar profundamente o modelo político e as instituições europeias, um trabalho moroso e penoso, mas que pode e deve unir os cidadãos que ainda acreditam na Europa como um espaço exemplar de igualdade, cidadania, respeito pelas minorias e pelo ambiente, enfim, um espaço de verdadeira democracia e liberdade, exemplar para um mundo cada vez mais desesperado.

A luta contra o absurdo de um mundo partilhado por Trump, Putin e a burocracia chinesa, pode ser o último alento para unir os Europeus e salvar o projecto europeu.
"Só" nos falta um Churchil e um DeGaulle...!!

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