Olhamos para esta primeira páginas do jornal Público e vemos o Portugal de hoje.
Por um lado, uma iniciativa levada a cabo pela sociedade civil consegue, em poucos meses, angariar fundos para adquirir uma obra de arte fundamental para a nossa cultura.
Foram poucas as empresas e os bancos a contribuírem para essa iniciativa, com honrosas excepções (como a Fundação Aga Khan, que contribuiu como um terço do seu valor, sem esquecer o Público, Fuel, RTP e o banco Millenium BCP).
Que se saiba, a esmagadora maioria das empresas cotadas em bolsa não deram um cêntimo...percebe-se, lendo o título de cima..andaram ocupados em desviar dinheiro para os offshores.
E este é o outro lado dessa primeira página.
Durante os anos da troika as grandes empresas deste país, tão "patrioticamente" gabadas pelo anterior governo e por Cavaco Silva, tiraram de Portugal 10 mil milhões de euros.
Sobre esta notícia ouvi hoje um comentário de um fiscalista tentando por àgua na fervura, dizendo que esse dinheiro já paga impostos em Portugal e também no local onde depositaram aqueles milhões (!!!).
Mas alguém acredita nisso? Ou será que os nossos grandes empresários são estúpidos ao ponto de pagarem duas vezes impostos para colocarem dinheiro fora do país? Ninguém desvia aquelas quantias sem tirar daí benefícios e os benefícios só podem ser ou para lavar dinheiro ilegal, ou para fugir aos impostos...senhores comentadores...não tomem os portugueses, e as empresas que pagam os seus impostos e trabalham, por parvos!!!.
Mas aquela primeira página mostra também porque é que alguma classe política anda arredada, por um lado, do apoio a iniciativas culturais como aquelas que referimos e, por outro lado endeusam as grandes empresas que fogem ao fisco, ao mostrar a ligação entre políticos e empresários corruptos, como aquele apanhado na operação "lava jato"....
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