Segundo se afirma no Público on-line de hoje sabe-se que os “os lucros
conseguidos pelo BCE na compra de dívida grega” são “no valor de 1900 milhões de euros” mais que o
montante do reembolso de Atenas ao FMI que
termina na terça-feira.
Sabe-se também que o próprio FMI tem obtido lucros fabulosos com o
resgate dos países foram obrigados a recorrer aos fundos dessa instituição.
É cada vez mais claro que esta crise tem servido para encher os cofres
do BCE e do FMI, e para transferir para os contribuintes e cidadãos europeus as
dívidas da banca europeia.
No caso da Grécia essa dívida estava nas mãos da Banca Alemã e da Banca
Francesa, que conseguiram, através do “resgate” verem-se livre da mesma, que
ficou no poder do Estado grego, ou seja, que vai ter de ser paga pelos cidadãos
gregos.
Por sua vez, o Estado grego, com a conivência dos partidos do “arco do
poder” das últimas décadas, o PASOK e a
NOVA DEMOCRACIA, dois partidos corruptos e que funcionam em esquema mafioso, receberam
“ajudas” para pagar essa dívida, à custa de cortes nas pensões e nos salários,
no grande aumento de impostos e na desvalorização do sector trabalho, as ditas “reformas
estruturais”, aos mesmo tempo que a União Europeia fechava os olhos à corrupção
generalizada do sector político e financeiro grego. Só agora essas instituições
se mostram “preocupadas” com a corrupção grega, como se ela fosse da responsabilidade
do actual governo.
Desde que recebessem as tranches regularmente, e desde que os cidadãos gregos pagassem, à
custa do desemprego e do empobrecimento brutal, estava tudo bem para as
instituições da troika, que continuavam a emprestar dinheiro que, em vez de
servir para melhorar a situação económica e social do país ou combater a fraude
financeira e política, servia para, num círculo vicioso, salvar os bancos
alemães e franceses, tudo pago pelos
cidadãos gregos, com juros altíssimos e em prazos escandalosamente curtos.
Foi para alterar esta situação que o Syriza foi eleito. Infelizmente
esbarrou como a atitude criminosa das instituições europeias e do FMI e está a
ser empurrada para um beco sem saída, mas que, se inicialmente vai sair caro
aos gregos, a prazo vai sair caro à União Europeia.
Parafraseando Pacheco Pereira na sua crónica de hoje no Público, esta Europa
é uma vergonha.
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