Este 10 de Junho teve um sabor especial…foi o último em que tivemos de
ouvir os discursos enfadonhos, vazios, cheios de lugares comuns e frases feitas
de Cavaco Silva.
Foi também o início da campanha eleitoral, com Cavaco a dar o mote à
propaganda da coligação de direita.
Segundo ele, os portugueses que estão no desemprego, que foram forçados
a abandonar a família para emigrar, que viram as suas condições de trabalho a
agravarem-se, com cortes salariais e aumento de jornadas de trabalho, vivendo cada
vez mais a prazo, os 50% de jovens, os mais qualificada do país, que não
encontram emprego estável e os outros 49% (os 1% restantes são os jótinhas empregados
como assessores e gestores e os filhos daqueles que enriqueceram com a crise) que
só encontram empregos mal pagos e precários, os pensionistas que viram as suas
magras pensões ainda mais reduzidas, os que viram a pobreza aumentar , esses
portugueses, ainda segundo o presidente de alguns portugueses (os que
enriqueceram com a crise, os banqueiros, os gestores de topo, os “catrogas” com
reformas chorudas, os “barrosos” da
nossa política, os “camilos lourenços” do comentário político”, os “césares das
neves” e os “cantigas” das universidades…), não têm razão para o pessimismo.
Antes pelo contrário, aqueles portugueses que andam a semear o pessimismo
com a sua miséria, são meros “profissionais
da descrença e os profestas do miserabilismo”, palavras do presidente que mais responsabilidade
teve nesse miserabilismo, primeiro o miserabilismo ético e moral como
primeiro-ministro, depois o miserabilismo económico e social como mentor do
governo mais miserabilista dos último cinquenta anos (nem o Marcel Caetano foi tão longe).
Felizmente o mandato de Cavaco, o pior presidente desde Américo Thomaz,
está a chegar ao fim. Mas ainda pode fazer muito estrago no escasso tempo que
lhe resta para exercer o cargo e as ameaças já começaram, com avisos a qualquer
tentativa para inverter a austeridade ou para um governo que recuse a “estabilidade”
que ele preconiza, que é a de continuar essas políticas.
Miserabilista tem sido a postura deste presidente, aquele que mais tem
feito para descreditar a politica portuguesa, colocando a democracia em risco,
e para desacreditar a própria função que exerce (os monárquicos devem estar a
rir-se, a bom rir, de tudo isto).
Foi ele que nos avisou : vamos estar atentos às últimas malfeitorias
que Cavaco ainda pode fazer aos portugueses e ao país.
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