Confesso que já estou farto de toda esta conversa sobre as praxes.
Confesso que abomino praxes, acho uma estupidez, coisa de gente
mentecapta e idiota.
Claro que todos nós, nalguns momentos da nossa vida tomamos atitudes estupidas, mentecaptas e
idiotas, mas não fazemos disso um ritual ou uma forma de nos afirmarmos perante
os outros.
Tudo aquilo que eu sei de praxes e tenho visto reproduzido em filmes e
descrições várias é um conjunto de provas de humilhação, arrogância e desumanidade
abjecta.
Se tudo aquilo se passasse numa escola do ensino básico ou secundário (…mas,
onde também já há quem tente imitar as
praxes “académicas”..) seria classificado como bulling e os prevaricadores
sancionado devidamente pela sua prática.
Quando fui para a universidade felizmente não existiam praxes. Quanto
muito era considerado coisa decadente , restrita à Universidade de Coimbra.
Os defensores das praxes vêm agora com a desculpa de que estas servem
para “integrar os alunos” e para “consolidar amizades “(????).
Pessoalmente sempre me senti integrado nas universidades que frequentei
e sempre consegui fazer boas amizades, amizades para vida, sem precisar de passar
por qualquer processo de humilhação como o das praxes.
Dizem ainda os mesmos defensores da “coisa” que se deve distinguir as
praxes violentas das “normais”.
Mas aquilo que tenho visto é tudo violento, quase ao nível da violação
(…em muitos casos literalmente…) da liberdade de cada uma.
A violência não é só agredir fisicamente alguém ou levar alguém à
morte, como já tem acontecido. Despejar água sobre alguém, pintar a cara com símbolos
fálicos, obrigar alguém a fazer
exercícios físicos, berrar ordens e outras alarvidades é igualmente violento.
Formalmente qualquer aluno pode recusar as praxes, mas se o fizer o
mais certo é vir a ser tomado de ponta, marginalizado e até perseguido.
As escolas são espaços de liberdade, de convívio, de estudo e de integração, mas nunca através dessas
alarvidade.
As associações de estudantes devem integrar os estudantes, apoiando-os
nas suas dificuldades psicológicas, sociais, económicas, e integrando-os através de actividades
científicas, culturais ou desportivas, nunca através de atitudes vexatórias e
de provas iniciáticas de cariz fascista, como são as praxes.
Sou contra a proibição formal das praxes, mas as associações de
estudantes, as direcções das escolas, os professores e os alunos com bom senso
devem demarcar-se dessas actividades, que devem recair sob a alçada da lei nos
casos mais graves.
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