Eusébio era uma das poucas alegrias de um país cinzento, como era o
Portugal dos anos 60.
Num tempo em que nem se sonhava com playmobiles ou internet, em criança
maravilhávamo-nos disputando os cromos das cadernetas de futebol, sendo o
Eusébio um dos cromos mais disputados.
Jogar à bola era um dos raros momentos de liberdade que nos sobrava e
sempre que se marcava um golo, não se gritava “golo”, nem um golo era apenas um
golo…era um “GOOOOOOLO DE EUSÉBIO”!!!.
….e nesse momentos todos eramos Eusébio.
Quando Portugal estava a perder, e Portugal perdia muito nesses tempos
(…uma história que se repete nos nossos tristes dias de hoje…), Eusébio
aparecia para nos “salvar” e para nos dar uma grande alegria, mesmo momentânea
e ilusória, que nos fazia esquecer as tristezas desses tempos.
Sem Eusébio o país dos troikanos vai ficar ainda mais cinzento.
Eusébio, como homem simples e de origem simples que nunca renegou,
sempre esteve muito acima dos muitos que o tentaram manipular em proveito
próprio.
A memória de Eusébio prevalecerá para lá da nossa mortalidade e para lá
dos oportunistas que correm a homenageá-lo, com as habituais lágrimas de
crocodilo.
Quando os nossos heróis nos vão deixando, é um pouco de nós que nos
deixa sem esperança de um regresso.
Obrigado Eusébio.
Sem comentários:
Enviar um comentário