Portugal inteiro saudou a atribuição do galardão máximo do
futebol internacional a Cristiano Ronaldo.
Troféus como este premeiam
o profissionalismo, a criatividade e a competência de uma pessoa que
dedica toda a vida, todo o esforço e todo o talento a uma actividade em que
acredita e por isso são um estimulante exemplo para tanta gente que se dedica,
de alma e coração às mais variadas actividades.
Por isso Cristiano Ronaldo ganhou o troféu com todo o mérito
e com todo o direito.
O seu trabalho, a sua genialidade e a sua e dedicação são
escrutinados quase diariamente em centenas de imagens e fotografias.
Prémios como este são sempre um antídoto em épocas de
ignominia como esta que vivemos em Portugal.
Ver um “produto” nacional reconhecido internacionalmente é
sempre um incentivo para se continuar a acreditar que é possível vencer as
contrariedades que atravessamos, é sempre um exemplo para um país vilipendiado
por políticos pouco escrupulosos e por um sistema financeiro corrupto e ganancioso, é
sempre um reacender de uma centelha de auto estima por parte de um povo que tão
mal tratado tem sido, nestes últimos tempos, por tantos “camiloslourenços”,
“durõesbarrosos”, “ollirhens” e”merkels” que enxameiam o mundo do jornalismo,
da política e da finança.
Contudo, o destaque
que cá se dá ao futebol parece-me algo exagerado, bem como os meios
financeiros colocados ao dispor dessa actividade.
O galardão de Cristiano Ronaldo é, sem dúvida, merecido, e
deve-nos encher de alegria, mas não podemos esquecer os muitos desportistas,
que não do futebol, artistas,
cientistas, escritores, investigadores e técnicos portugueses, das mais
variadas áreas, que todos os dias trazem para Portugal alguns dos mais
importantes galardões em cada uma dessas actividades, às quais se dedicam com o
mesmo entusiasmo e entrega com que Cristiano Ronaldo se dedica à sua.
Mas há uma diferença. Raramente merecem o mesmo destaque na
comunicação social, raramente são “exibidos” nos “galões” dos políticos de
carreira, e não recebem o vencimento de um jogador de futebol de primeira
linha.
Finalmente, a propósito deste momento importante para o
futebol português, recordamos aqui um post do blogue Estado Sentido, publicado
por “John Wolf” em 19 de Setembro último, a propósito do apuramento de Portugal
para o mundial de futebol do Brasil, mas que se aplica na perfeição a este
grande momento:
“A participação no campeonato do mundo é coisa que agrada
simultaneamente ao governo e ao povo. Nos últimos tempos raras têm sido as
vezes em que o governo e os desempregados partilham os mesmos gostos. Mas
atenção, vêem a bola de modos distintos. Se por um lado o espectáculo serve
para levantar o ânimo de um país carente de um foco de inspiração, de uma vela
de santuário, por outro lado o governo terá algo para distrair os mais incautos
de planos políticos gizados para o território nacional. O timing não poderia
ser melhor. A probabilidade da aplicação de um programa cautelar acaba de
aumentar com o apuramento de Portugal. Cristiano Ronaldo, sem o querer ou
saber, acaba de dar uma ajudinha à Troika que pode aproveitar a boa onda para
avançar com mais medidas extremas ou revalidar a sua presença quando terminar o
seu contrato em Junho. O que Cristiano Ronaldo fez em campo é verdadeiramente
notável e transforma-o numa espécie de santo padroeiro do sucesso, num altar
móvel de esperança, mas os três golos do madeirense também são um hat-troika
oferecido aos senhores da gleba. Temo que este prémio, mais que merecido pela
equipa nacional e pelo país, seja aproveitado para fins diversos, enquanto o
povo samba e sorve a caipirinha”.
1 comentário:
Um ano atrás, eu fiz uma viagem para Buenos Aires e viu Cristiano Ronaldo. Ele estava viajando também. Eu fiquei em um apartamento do 4rentargentina. Ele estava comendo em um restaurante, na frente de lá.
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