Percebe-se agora a linguagem militar de Passos Coelho numa
das suas recentes e costumadas
intervenções públicas disparatadas, irresponsáveis e incendiárias.
De facto, se o projecto de “reforma” que o FMI propõe para
Portugal vier a ser implementado, como é provável, pois este governo é um mero
executante servil das ordens dos “ocupantes” da troika, o país vai entrar numa
guerra civil social.
Não deixa, igualmente, de ser estranho que, poucos dias
depois do FMI assumir os seus erros de previsão e autocriticar-se pelas medidas
de austeridade que tem imposto aos países em crise, reconhecendo que elas, não
só falharam, como conduzem ao desastre, venha agora divulgar todo um conjunto
de medidas que contradiz tudo o que defendia há dias. Ou será que o FMI, tal
como na PIDE, recorre à armadilha do “polícia bom” ( a srª Lagarde) e do
“polícia mau” ( o sr. Sailassié, ou lá como é que se chama…) para confundir os
portugueses e levar as suas medidas desastrosas ao seu “moinho”, isto é, fazer
a vontade ao criminoso sector financeiro?
As medidas agora anunciadas, para além de virem aumentar o
desemprego de forma radical, ainda vão agravar as condições gerais de
empobrecimento e de desigualdade naquele que já é um dos países mais desiguais
, mais pobres e com salários e pensões mais baixas da Europa.
A proposta do FMI visa o desmantelamento das já de si
frágeis funções sociais do Estado, no país que já é o que tem os impostos mais
pesados da Europa. Ou seja, vamos ter impostos nórdicos para pagar funções
sociais do terceiro-mundo. É este o modelo que o FMI e os seus capatazes no
governo português (???) pretendem impor aos cidadãos.
Se os trabalhadores e os portugueses em geral não reagirem a
esta afronta, e continuarem a pensar que isto é apenas um problema dos funcionários públicos e dos
pensionistas(os novos “judeus” deste maldito século), então vão ter o que
merecem, que é menos educação, menos saúde, menos justiça social e menos
trabalho digno, talvez na esperança que possam escapar ao desastre anunciado.
E já agora, pelo que esperam o PS e a UGT para romperem o
memorando, e toda a esquerda em geral, para se entenderem de uma vez por todas
e apresentarem ao país uma alternativa credível
e que salve os portugueses e o país desta autêntica guerra civil social
em que a troika e o governo pretendem lançar o país?
Esperamos que a divulgação deste horripilante projecto do
FMI para Portugal leve a que todos
comecem a abrir os olhos e a preocuparem-se, de vez, com o seu futuro e o dos
seus filhos, impedindo, por todos os meios legítimos ao seu alcance para que
essa declaração de guerra e acto de autêntico terrorismo social venha a vingar
neste pobre país.
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