Não espanta que as associações patronais e o governo assinem um acordo como este.
O que espanta é ver a UGT a assiná-lo.
A desculpa que deu é a de que esse era o compromisso com a troika.
Mas uma notícia do Público de hoje chamava a atenção para o facto deste acordo ir muito para além daquilo que a Troika exigia, nomeadamente no que se refere às férias, feriados e horário de trabalho, e tudo em prejuízo de um dos lados.
Também seria normal que uma central sindical assinasse um acordo, desde que existissem nesse acordo contrapartidas para o quem trabalha. Ora, de tudo o que se sabe sobre o acordo, as medidas tombam todas para o mesmo lado, tudo pelo patronato, nada pelos trabalhadores.
Claro que a habitual posição da CGTP em recusar qualquer tipo de acordo e jogar sempre à defesa também não ajudou e desacredita o próprio lado sindical.
Não há duvida é que este acordo é o maior retrocesso de sempre nos direitos laborais.
Mais uma vez é o elo mais fraco que sofre as consequências de uma crise que não foi provocada por quem trabalha, mas sim pela especulação financeira e pela incapacidade dos governos em combaterem o tráfico de influências, como se viu na semana anterior com as nomeações milionárias para a EDP e as Águas de Portugal e de combaterem a economia paralela e a fuga aos impostos, como se revelava num estudo divulgado ontem. Só o valor desta economia paralela vale cerca de metade do empréstimo da Troika (qualquer coisa como… 40 mil milhões de euros...).
Este é o caminho errado… as consequências vão ser devastadoras.
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