Pesquisar neste blogue

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Escrever Direito por Linhas Tortas...

(Fonte: Expresso)

Até ao passado Sábado vivia-se um crescente clima de crispação politica provocado, recorde-se, pelo debate sobre a Lei das Finanças Regionais, fogo que foi ateado pelas escutas do processo “Face Oculta”.

Foi preciso uma tragédia como a da Madeira par repor alguma ordem nos espíritos da nossa classe política.

De facto, os limites que o PS queria impor naquela lei ao endividamento das regiões, revelam-se agora um valor ridículo face à dimensão dos prejuízos provocados por aquela tragédia.

Também o processo “Face Oculta” conhece um período de impasse.

O Primeiro-Ministro tem-se saído bem na forma como tem enfrentado as acusações de que é alvo, esvaziando o conteúdo dessas escutas.

Ainda ontem, na entrevista que deu a Miguel Sousa Tavares, uma entrevista acutilante e bem conduzida, pese a sensação de algumas perguntas terem sido previamente combinadas (como aconteceu com a última questão sobre os gastos com assessorias e estudos), Sócrates deu a volta por cima aos temas mais polémicos.

A não ser que se conheçam novas revelações, Sócrates “matou” o assunto, pelo menos no que se refere ao seu envolvimento pessoal no escândalo.

Uma desgraça e a reconhecida habilidade política de Sócrates permitem alguma acalmia no clima político.

Acrescente-se o facto de Jão Jardim ter enterrado o machado de guerra contra o governo.

Quem fica agora em maus lençóis e é Paulo Rangel, que apostava nesse clima de crispação, ambiente em que ele se move bem, para ganhar crescente influência no seu partido.

Neste jogo de aparências, veremos quem é o primeiro que se atreve a reabrir as hostilidades. Quem der o primeiro passo …perde.

Sem comentários: