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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Fechar as escolas ...sem fundamentalismo

 Não sou fundamentalista em relação às saídas à rua, desde que se cumpram as regras (máscara, distanciamento, desinfecção e etiqueta respiratória), até porque, a maior parte das contaminações, ou tiveram origem em casa, ou nos lares, de onde os nossos idosos não saem há um ano, ou, essas sim na rua, em grandes ajuntamentos ilegais, muitas vezes em espaços fechados e não arejados.

Há por aí muita demagogia e, em certos casos um "terrorismo alarmista", que só serve para desorientar.

Quanto às escolas, o problema não é dentro delas (apesar das faltas de condições para enfrentar o frio, perante a necessidade de arejar as salas, e do excessivo número de alunos por turma), mas nos ajuntamentos provocados á entrada e à saída, sem esquecer que professores e auxiliares são um grupo envelhecido, e de risco.

Está provado também que, ter as escolas abertas, faz diferença em relação ao movimento e às deslocações dos portugueses.

Era perfeitamente alcançável continuar o ensino não presencial, pelo menos para os mais velhos, aliviando assim o movimento e a capacidade das escolas.  

Por estarmos a falar no máximo de um ou dois meses, parece-me ridícula a justificação de alguns, para defenderem as escolas abertas, com o argumento de que "sacrifica a aprendizagem e a sociabilização dos mais jovens" ou "aumenta as desigualdades".


Não estamos a falar de uma situação permanente. Estamos a falar de algumas semanas.

Fiz parte de uma geração que viveu cerca de 3 anos de grande instabilidade escolar e não me parece que isso tenha contribuído para "sacrificar a aprendizagem", e a "sociabilização", ou mesmo "aumentar as desigualdades", embora a situação fosse diferente.

Sem os meios disponíveis dos nossos dias, tratava-se na altura de descobrir coisas diferentes do que nos era ensinado numa escola retrógrada, como era a desse tempo, com um misto de esperança na construção de uma nova sociedade e de descoberta de novas realidades. Mas isso é outra história.

Hoje, trata-se de salvar vidas e salvar o SNS, de aliviar o trabalho de médicos, de enfermeiros, de outros profissionais de saúde, de bombeiros, de polícias, e...de professores e auxiliares de educação.

Trata-se de travar o aumento da “curva”, para dar tempo a que a vacinação comece a contribuir para se atingir a imunidade de grupo, ou seja, para não “aumentar as desigualdades” com o aumento do  desemprego e a falência de  empresas que o prolongar da situação provocará, para não “sacrificar as aprendizagens”, que hoje se faz num clima de instabilidade e stress e para “não sacrificar a sociabilidade”, não só dos mais jovens, mas de todos, devido à instabilidade social e psicológica gerada pelo prolongamento e pelo agravamento da situação. 

Haja bom senso! 

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