Este passo vai deixar pelo caminho alguns dos 10 presumíveis candidatos,
quando ainda falta formalizar a candidatura do 11º e o mais esperado/provável
candidato vencedor, o actual presidente professor Marcelo.
A não ser que se desse uma surpreendente reviravolta, isto é, se
Marcelo decidisse não se recandidatar, o mais certo é a sua recandidatura e,
neste caso, mais certo ainda, uma vitória folgada, logo à primeira volta.
Pela minha parte considero que, apesar de não ser da minha área
política, Marcelo Rebelo de Sousa tem-se revelado um bom presidente da República,
até por contraste com a presidência de Cavaco, uma das piores da nossa história
recente, ao mesmo tempo que tem conseguido travar, absorvendo-o, o populismo
que tem minado os sistemas democráticos europeus.
Sendo segura a sua vitória, não pertencendo eu à sua área política e
prevendo um segundo mandato mais interventivo e até conflituoso com a esquerda,
irei votar num candidato à esquerda, até para travar um resultado esmagador que
daria a Marcelo um força desproporcionada que fragilizaria a relação institucional
entre Presidente, Governo e Parlamento, factor de maior conflitualidade social
e política, prejudicial para a resolução e atenuação da gravidade do momento que se vive.
Não surgindo à esquerda um candidato que me “encha as medidas”, como
aconteceu com Sampaio da Nóvoa nas últimas eleições, a minha opção terá de ser,
a não surgir uma surpresa de última hora, entre um dos três candidatos que se
perfilam nessa área: Ana Gomes; Marisa Matias; João Ferreira.
Qualquer um desses candidatos tem pontos positivos e negativos, mas
são, cada um com as suas características, bons candidatos para a esquerda.
Em comum, têm a sua ligação ao Parlamento Europeu, o que poderá
contribuir para anular algumas pulsões mais antieuropeístas de uma grande parte
do eleitorado de esquerda.
Por outro lado, podendo contribuir para recentrar o debate na “Europa”,
podem também contribuir para uma visão mais crítica e, ao mesmo tempo
construtiva, sobre algumas decisões da burocracia europeia, mostrando que podem
existir alternativas para o modelo Europeu que essa burocracia insiste em impor
como via única.
Podem, por exemplo, contribuir para recentrar o papel dos cidadãos na construção
europeia, como alternativa daquele modelo que nos têm imposto desde a Troika, que
tem sido o de favorecer as negociatas obscuras das grandes empresas e as
imposições do corrupto sistema financeiro.
Sobre as características positivas e negativas de cada um daqueles candidatos, análise que, juntamente com a forma como se vão portar durante a campanha, será decisiva para a minha decisão final sobre o candidato em quem irei votar, fá-la-ei em próxima crónica.
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