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terça-feira, 8 de setembro de 2020

Os “meus” Presidentes da República

 


Sempre votei.

Umas vezes votei por convicção, outras para escolher o que eu, erradamente ou não, considerava o “mal menor”, outras ainda apenas como um voto de protesto ou contra a corrente.

Nas eleições presidências as minhas escolhas têm sido mais heterogéneas, embora votando sempre à “esquerda”, seja lá o que isso for.

Empenhei-me a fundo logo nas primeiras eleições presidenciais democráticas, em 1976, no apoio a Otelo Saraiva de Carvalho, tendo participado na distribuição de propaganda, distribuição de cartazes e na colagem de cartazes. Nesse mesmo ano ainda fui candidato pelos GDUP’s. movimento surgido dessas eleições , à Câmara de Torres.

Nas eleições presidenciais seguintes, as de 1980, já votei em Otelo apenas como um voto de “protesto” e contra corrente , não tanto por convicção, tendo ficado contente com a reeleição de Ramalho Eanes, de quem posso afirmar, à distância da história, que, não tendo votado nele, foi um grande presidente e é, ainda hoje, um exemplo, cada vez mais raro, de honestidade na vida política.

Em 1986 voltei a estar activamente ligado a uma candidatura, tendo mesmo privado de perto com a candidata e o seu staff eleitoral, um dos momentos de maior actividade política da minha parte, apoiando Maria de Lurdes Pintasilgo. Como ela não passou à segunda volta, acabei por “engolir o sapo” Mário Soares.

Nas eleições de 1991, apenas como voto de protesto, sem grande convicção, votei pela primeira vez, e única até hoje, num candidato presidencial do Partido Comunista, Carlos Carvalhas, na certeza, então, que Soares seria reeleito. Mário Soares não foi nenhum “sapo” difícil de ingerir e até considero que foi um bom presidente.

Em 1996 voltei a assumir publicamente e a participar activamente numa eleição presidencial, apoiando, desde a primeira hora, Jorge Sampaio, em quem votei por convicção, dando-me, pela primeira vez, a oportunidade de saborear uma vitória eleitoral.

Prevendo que a sua reeleição estava garantida votei, em 2001, como voto de contra corrente, mas também por consideração intelectual, no candidato Fernando Rosas. Não apreciei tanto o segundo mandato de Sampaio. Não me esqueço do modo como ele apoiou a ascensão de José Sócrates a primeiro-ministro.

Em 2006 votei em Francisco Louçã, como voto de protesto. Foi o ano da eleição de Cavaco Silva, o pior Presidente que tivemos até hoje, conivente com o descalabro financeiro da Banca e responsável pelo êxito inicial da politica anti social de Sócrates. Mas o pior viria no segundo mandato, com a forma como foi conivente no ir “além da Troika”, com os resultados conhecidos

Em 2011 voltei a manifestar publicamente o meu apoio a um candidato, Fernando Nobre,  mas esse apoio resumiu-se a assumi-lo em post’s no meu blog Pedras Rolantes. Ferenando Nobre desiludiu-me ao aceitar dar apoio a Passos Coelho e a entrar para o parlamento pelo PSD, embora lhe tenha acabado enxovalhado e maltratado por estes. Cavaco foi reeleito e confirmou-se como o pior Presidente.

Nas últimas eleições voltei  a manifestar publicamente o meu apoio convicto a um candidato, desta vez a Sampaio da Nóvoa. Mas não me desagradou de todo a eleição de Marcelo Rebel de Sousa, um dos raros candidatos da direita a este cargo com competência intelectual e política.

Sobre as eleições deste ano, ainda não decidi o meu apoio, mas terei oportunidade de o fazer aqui em breve, assim que esteja confirmada a lista de candidatos…e, não… Marcelo, apesar da imagem positiva que tenho do seu primeiro mandato, não será esse candidato.

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