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sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Pela Catalunha!



O direito de um povo, com a sua própria cultura ,  a sua língua e a sua história, a tornar-se independente, é um direito humano e internacional.

Esse direito não pode ser confundido com o nacionalismo xenófobo que cresce por aí.

O velho e retrógrado nacionalismo não é aquele que defende a maior parte dos catalães. Pelo contrário, esse velho nacionalismo está presente em Espanha, mas entre os defensores de uma “Espanha Una e Indivisível”.

O povo da Catalunha tem direito a escolher se quer ser independente ou se quer continuar a ser uma região autónoma dentro desse país que é a Espanha.

Contudo esse direito a escolher tem-lhe sido negado.

Se querem realizar um referendo, o governo espanhol impede-o. Se querem decidir com base nas instituições democráticas, isto é, no seu parlamento, o governo espanhol não reconhece essa decisão.

Ou seja, o governo espanhol não tem permitido saídas democráticas e institucionais para a situação.

Pelo contrário, lança achas na fogueira, como aconteceu agora ao condenar com penas exageradas os líderes do patriotismo catalão, num momento em que o assunto parecia cair no esquecimento.

A responsabilidade pela radicalização da situação catalã é toda do governo espanhol e dos seus partidos tradicionais, que têm sido incapazes de lidar com a situação de forma democrática e racional.

Seja qual for desfecho desta situação, não há que esquecer o essencial: os catalães têm de poder optar pelo seu futuro, seja através das suas instituições legitimamente eleitas, seja através de um referendo.

E em relação à posição da União Europeia neste assunto, esta não pode defender a soberania da Letónia, da Estónia e da Lituânia, a desagregação da Jugoslávia em vários Estados independentes, a separação da Checoslováquia ou incentivar a independência da Escócia e da Irlanda do Norte para combater o “Brexit”, e fechar os olhos em relação ao que se passa na Catalunha.

Deixem os catalães escolher, enquanto ainda existe espaço para que essa escolha seja feita democrática e livremente.

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